Polícia fecha laboratório que fabricava anabolizante adulterado com tempero de cozinha em Goiás

Por LEONARDO AUGUSTO

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Goiás fechou nesta quarta-feira (26) um laboratório clandestino em Anápolis (GO) que misturava anabolizantes com colorau, um tempero de cozinha.

Na operação Bomba, a polícia prendeu um homem apontado como o responsável pelo laboratório e líder de uma rede montada para a produção e venda dos anabolizantes adulterados via redes sociais. A identidade dele não foi revelada.

Foram emitidos 19 mandados de prisão e 23 de busca e apreensão, cumpridos em Goiânia, Anápolis e Silvânia (GO). O líder da rede foi preso em um condomínio de luxo da capital.

Material apreendido pela polícia civil de Goiás durante operação que estourou laboratório que fabricava esteroides anabolizantes adulterados no país.

Com o grupo foram apreendidos bens que somam R$ 31 milhões, incluindo 11 veículos de luxo, como uma BMW avaliada em R$ 800 mil, segundo a polícia. Valores foram bloqueados também em contas-correntes utilizadas, segundo as investigações, para lavagem de dinheiro.

A polícia afirma se tratar do maior laboratório ilegal de esteroides anabolizantes do país. Em nova fase das investigações, a polícia vai averiguar problemas de saúde que possam ter sido provocados em consumidores pelo uso de produtos fabricados pelo laboratório clandestino.

Segundo as investigações, o colorau era utilizado por sua cor vermelha, a mesma da testosterona sintética.

Um dos delegados responsáveis pelo caso, Jorge Bezerra afirmou que as investigações começaram há um ano.

"Ficamos sabendo que haveria uma fábrica de anabolizantes em Anápolis. Iniciamos diligências e acabamos confirmando que a maior fábrica do Brasil de esteroides anabolizantes funcionava na cidade", disse o policial.

"Não se tratava de produtos idôneos. Um era adulterado com colorau, para mostrar que aquela substância seria mais pura, porque, quanto mais âmbar, mais vermelha, mais qualidade teria", explicou Bezerra. Uma das páginas do grupo no Instagram tinha mais de 100 mil seguidores, conforme o policial.

Outro delegado, Luiz Carlos Cruz, que também participou das investigações, disse que o grupo tinha compradores em Goiás e em outros estados do país. "É um universo muito expressivo de pessoas", afirmou.

O líder e os demais integrantes do grupo poderão responder por adulteração de produtos, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os bens apreendidos poderão ser revertidos para uso das forças policiais do estado.