Polícia apura agressão em mercado do interior de SP após suposto roubo de chocolate
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de São Paulo apura uma suposta agressão de seguranças de um supermercado em Bauru (a 329 km da cidade de São Paulo) contra um cliente por suspeita do furto de um chocolate.
O advogado do homem agredido diz que ele pagou por diferentes produtos, mas esqueceu de passar a unidade de chocolate no caixa.
O caso aconteceu no último dia 7 de junho, mas a defesa só conseguiu ter acesso às câmeras duas semanas depois. A Polícia Civil afirmou que registrou o caso como injúria e vias de fato. O advogado irá protocolar, na quinta-feira (22), um pedido de instauração de inquérito na polícia por suspeita de tortura e cárcere privado. Ele não revelou o nome do cliente.
Em nota divulgada nas redes sociais, o supermercado Confiança, no qual os seguranças trabalhavam, afirmou que demitiu os funcionários e que o caso é "gravíssimo e inadmissível, contra todos os protocolos e valores da empresa".
"Continuamos atuando intensamente no treinamento das equipes de segurança e prevenção, para que episódios como esse jamais aconteçam", disse o estabelecimento na nota. A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos seguranças.
O cliente, um agricultor de 25 anos, havia comprado papel toalha, cerveja, vinho e chocolates. Os produtos, somados, deram R$ 26,07.
Seu advogado, Ricardo Baraviera Sobrinho, afirmou que ele pagou pelos produtos no cartão de débito, mas, sem querer, deixou de passar um dos chocolates no caixa.
"O valor do chocolate que ele esqueceu é inferior aos outros que ele já tinha passado. Os que ele pagou eram em torno de R$ 6. O chocolate que ele acabou esquecendo custava R$ 2,86", diz Sobrinho.
Na saída, o homem teria sido abordado pelos seguranças e puxado de volta ao supermercado, de acordo com a defesa. Vídeos das câmeras de segurança do supermercado mostram que três seguranças seguram o cliente pelos braços e quadril e o levam pelos corredores do estabelecimento. Um deles desfere um soco no rosto e tenta imobilizá-lo com um mata-leão, envolvendo os braços contra o pescoço. O cliente vestia bermuda, agasalho com capuz e calçava chinelos.
Depois de atravessar o supermercado, ele foi levado a uma área aparentemente restrita a funcionários, e voltou a ser agredido, segundo o advogado.
Sobrinho diz que o cliente está fisicamente bem, mas que tem medo de circular pela região do supermercado, que é a mesma onde a namorada reside. Ele registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e a defesa irá mover uma ação por danos morais contra o estabelecimento.
"Eles acharam que era uma pessoa simples, sem instrução, uma pessoa em situação de rua. Acredito que a agressão aconteceu por isso", diz o advogado.