Censo teve dificuldade em áreas nobres, diz presidente do IBGE
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A maior parcela da população que não respondeu ao Censo de 2022 se concentrou em áreas de maior renda, disse nesta quarta-feira (28) o presidente interino do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cimar Azeredo. A taxa de não resposta deste ano foi de 4,2%.
"Aonde aconteceu a concentração maior de não resposta? Leblon, Copacabana, Moema, Itaim Bibi, praia da Boa Viagem. Locais de extrato de renda mais alta, onde vivem os mais abastados", disse ele, citando bairros nobres do Rio, de São Paulo e de Recife.
De acordo com Azeredo, uma das hipóteses para isso é que há um pensamento errôneo entre classes mais abastadas de que o "censo não importa".
"É um engano pensar, de quem está no extrato de renda mais alto, de que censo não importa", disse o presidente do IBGE.
"Teve relatos de vários recenseadores falando que preferem fazer o censo em favela do que na praia de Copacabana. É que na favela as pessoas entendem [a importância do censo], porque elas têm o discernimento de quanto o censo é importante para elas".
Segundo o IBGE, a região Sudeste foi onde teve o maior percentual de pessoas que não responderam ao censo. A taxa na região foi de 5,9%, enquanto no Nordeste, o menor percentual, foi de 2,7%.
A média de não resposta no país inteiro foi de 4,2%. Vinte quatro dos 27 estados ficaram abaixo desse percentual. As exceções foram Rio de Janeiro (4,50%), Mato Grosso (4,31%) e São Paulo (8,11%).