Mais cinco pessoas morrem em supostos confrontos com a polícia na Bahia

Por FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cinco pessoas morreram a tiros em supostos confrontos com a Polícia Militar, no município de Crisópolis, a cerca de 211 km de Salvador, na madrugada deste sábado (23), segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública) estadual.

Na manhã de sexta-feira (22), outras seis morreram também em suposto confronto com forças de segurança do estado.

De acordo com a pasta, a PM recebeu informações sobre tráfico de drogas na rua Maria Eunice, região central do município. Os agentes dizem que, ao chegarem ao local neste sábado (23), foram recebidos a tiros. Os policiais revidaram e um suspeito foi atingido.

Ele foi socorrido ao hospital municipal, mas não resistiu e morreu na unidade. Com ele, ainda segundo o registro policial, foram apreendidas uma arma de fogo, porções de cocaína e maconha.

Na segunda ocorrência, segundo a SSP, uma pessoa que supostamente estava vendendo drogas e exibindo armas teria atirado contra equipes policias. Houve troca de tiros e quatro pessoas foram baleadas. Eles também foram socorridas, mas morreram.

As mortes foram registradas na 1ª Delegacia Territorial de Alagoinhas e foi instaurado inquérito policial para apurar os fatos.

A Bahia registra ao menos 35 mortos em ações policiais desde o início de setembro. Além dos óbitos dos últimos dias, uma operação nos bairros do Calabar e Alto das Pombas, em Salvador, deixou 10 mortos no dia 5.

O estado enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial. As ações desta quinta e sexta evidenciam a crise enfrentada pelo governo Jerônimo Rodrigues (PT).

A Bahia é o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019, apontam dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

AULAS SUSPENSAS

Nesta sexta, cerca de 2.000 alunos da rede municipal de ensino ficaram sem aula na região de Águas Claras.

De acordo com a Smed (Secretaria Municipal da Educação), em decorrência da sensação de insegurança no bairro, cinco escolas --Eduardo Campos, Cantinho das Crianças, São Damião, Iraci Fraga e Francisco Leite--, tiveram as atividades suspensas.

O transporte público também foi afetado na região, com alterações em itinerários. A Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade) afirma que os ônibus que operam nos bairros de Cajazeiras 7 e Águas Claras não estão seguindo até os finais de linha.