Professora é agredida em colégio do Rio, e polícia investiga o caso

Por CAMILA ZARUR

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil vai ouvir os alunos envolvidos no caso de agressão contra uma professora do Colégio Pedro 2º, localizado no Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro.

A docente Ana Paula Loureiro recebeu ao menos três tapas na nuca ao final de uma aula do 6º ano. O caso aconteceu no dia 18 de setembro, e os tapas foram dados por uma aluna cujo nome não foi divulgado.

Segundo a direção do colégio, a agressão foi motivada por uma aposta da jovem com um colega de sala. Ela ganharia R$ 5 se batesse na professora.

O Pedro 2º afirma que os alunos envolvidos foram suspensos preventivamente por dois dias. O colégio também abriu um processo disciplinar para analisar qual deve ser a sanção aplicada a eles.

A professora registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Botafogo no dia seguinte à agressão. A Polícia Civil aguarda o resultado do exame de corpo de delito.

Loureiro estava como substituta da professora de inglês da turma. Em um comunicado interno, o diretor da unidade, Ricardo Miranda, deu detalhes sobre o ocorrido.

"Ao final da aula, enquanto estava de cabeça baixa realizando anotações, [Loureiro] recebeu um tapa na cabeça", disse Miranda, que acrescentou que inicialmente a professora não deu atenção ao ocorrido, pois achou que teria sido um esbarrão não intencional.

No entanto, prossegue o texto, Loureiro recebeu outros dois tapas, mais fortes que o primeiro. "Ao levantar o rosto, a professora se deparou com dois discentes rindo da situação".

E continua: "Os dois apostaram entre si se a aluna teria coragem de dar um tapa na professora. A discente deu o primeiro tapa e foi até o colega cobrar o valor que tinha sido apostado. O aluno disse que não era válido, que tinha sido fraco. A estudante, então, voltou e deu mais dois tapas na docente".

Ainda no texto que circulou internamente, o diretor disse que o colégio tem observado um "aumento significativo" de casos de violência.

"Infelizmente, temos observado um aumento significativo, por parte do corpo discente, de ações que geram violência, decorrentes de vários fatores, mas principalmente da falta de respeito, de limites e empatia ao próximo", afirmou Miranda. "São urgentes reflexões e discussões sobre a escola que vivemos hoje com tantos conflitos geracionais e sociais, com a intensidade e recorrência destes."

Questionada pela reportagem, a instituição não disse quais casos de violência teriam acontecido.

Em nota oficial, o Colégio Pedro 2º afirma que montou uma comissão para investigar o caso. O grupo é composto por três membros do corpo de servidores e, após ouvir todos os envolvidos, apresentará à reitoria da unidade um relatório final com a proposta de sanção aos alunos.

A escola disse ainda que o processo corre em sigilo, em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).