Família do piloto de Marília Mendonça considera absurda conclusão da polícia

Por Folhapress

Marília Mendonça: cabos de energia da Cemig provocaram queda de avião

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado que representa a família do piloto de Marília Mendonça afirma serem "absurdas" e "injuriosas" as conclusões da Polícia Civil de Minas Gerais sobre as causas do acidente.

Nesta quarta, a corporação anunciou que a queda do avião que transportava a cantora ocorreu por falha dos pilotos que conduziam a aeronave.

No entanto, em entrevista ao UOL, o advogado Sérgio Alonso afirmou que essa conclusão não tem base em provas técnicas.

"O acidente ocorreu pela falta de sinalização da rede, pela ausência de carta de aproximação visual e por essa rede estar colocada na mesma altura do tráfego padrão, que é de mil pés", diz Alonso, acrescentando que os delegados não têm conhecimento sobre aviação.

"Os delegados concluem sem conhecer nada de aviação, falaram absurdos sobre velocidade, zona de proteção. Eles concluem que os culpados são os pilotos que foram mortos e ainda atribuem a eles triplo homicídio culposo, se arvorando na posição de juízes", afirma ele, que representa a família de Geraldo Martins de Medeiros Júnior.

O acidente ocorreu em 5 de novembro de 2021 quando a cantora e sua equipe chegavam a Caratinga, na região leste de Minas Gerais, para um show. A aeronave se chocou contra uma torre de transmissão de energia no momento da aproximação do aeroporto.

Além da cantora, morreram no acidente o piloto, Geraldo Medeiros, o copiloto, Tarcísio Pessoa Viana, o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, e o produtor Henrique Ribeiro.

Os pilotos foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Como morreram, o inquérito será enviado à Justiça com recomendação de arquivamento, segundo a polícia.

Segundo as investigações, os pilotos agiram com imprudência e negligência, pois não tomaram conhecimento sobre as características da região antes de começarem a descida, o que precisa ser feito em caso de pouso sem auxílio de torre de comando, como era o caso.

A análise sobre as características da região podem ser feitas por documentos aeronáuticos ou por voo de reconhecimento, o que, segundo a Polícia Civil, não foi feito.

Ao longo das investigações foram descartadas hipóteses como falha na aeronave, mal súbito e abuso de álcool por parte dos pilotos e, possibilidade mais remota, atentado.