Feridos em ataque a escola em Poços de Caldas passam por cirurgia, e estado é muito grave

Por FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois estudantes ?um menino e uma menina? de 13 anos que foram atacados a facadas na tarde de terça-feira (10) em uma escola particular de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, passaram por cirurgia e estão internado em estado "muito grave".

As informações são da Santa Casa da cidade, onde eles foram socorridos e os procedimentos foram realizados.

O hospital informou que eles passaram por cirurgia torácica e cardíaca e estão em estado "muito grave".

Um estudante, de 14 anos, foi morto durante o ataque. Ele também foi socorrido para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

Uma quarta adolescente, de 17 anos, também foi ferida no peito, mas sem gravidade. Ela está internada em observação no setor de urgência e emergência, disse a assessoria da Santa Casa.

O episódio de violência aconteceu na Escola Profissional Dom Bosco, no horário de saída dos alunos.

O ataque é atribuído a um ex-aluno do colégio, de 14 anos, que foi contido por pais e foi apreendido.

Segundo policiais, o autor do ataque teria afirmado que aproveitou a movimentação de estudantes e pais no local e saiu "esfaqueando aleatoriamente".

"A PM foi acionada e, ao chegar ao local, o suspeito já estava contido por adultos. A Polícia Militar fez a apreensão do adolescente e o conduziu até a delegacia, que está investigando as motivações", disse o tenente-coronel Flávio Santiago, porta-voz da PM mineira.

Nas redes sociais, a escola Dom Bosco afirmou que desta quarta (11), suspensas. A reportagem não conseguiu contato com o colégio.

Em nota, a Prefeitura de Poços de Caldas afirma que é "solidária a toda a comunidade escolar (...) neste momento de dor e consternação, especialmente às famílias dos alunos atingidos".

O prefeito Sérgio Azevedo (PSB) vai decretar luto oficial de três dias no município. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, todas as festividades em comemoração ao Dia das Crianças estão suspensas. As atividades programadas deverão ser transferidas para a próxima semana.

A motivação do ataque ainda não foi esclarecida.

OUTROS ATAQUES

O ataque desta terça é, ao menos, o quarto com mortes registrado em instituições de ensino neste ano.

Em 19 de junho, um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, deixou dois alunos mortos ?um casal de adolescentes.

O autor do ataque era um ex-aluno de 21 anos. Ele foi encontrado morto dias depois na prisão.

Na manhã de 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos. Uma machadinha e um canivete foram usados na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar).

Conforme a apuração, o assassino chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.

Em 27 de março, a professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, foi morta em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Ela era descrita como apaixonada pelas filhas e pelos netos. Um aluno de 13 anos a atacou com uma faca pelas costas.

O agressor também feriu dois alunos e outras três professoras. O adolescente, que era aluno do 8º ano do ensino fundamental na escola, foi apreendido.