Lula diz que não se pode normalizar armas acessíveis a jovens, após ataque a escola em SP
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse, nesta segunda-feira (23), que não se pode normalizar armas acessíveis a jovens, após ataque com arma de fogo em São Paulo, que deixou uma aluna morta e outras duas estudantes baleadas.
"Recebi com muita tristeza a notícia do ataque na Escola Estadual Sapopemba, zona leste de São Paulo. Meus sentimentos aos familiares da jovem assassinada e dos estudantes feridos. Não podemos normalizar armas acessíveis para jovens na nossa sociedade e tragédias como essas", disse no X, novo Twitter.
Lula sempre foi crítico da política armamentista de Jair Bolsonaro (PL) e mudou as regras neste ano. Em 21 de julho, ele assinou decreto que cria mais restrições para o acesso a armas no país.
Dentre as mudanças, passou para a PF (Polícia Federal) a responsabilidade sobre a fiscalização dos chamados CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) e limitou o número de armas por pessoa (passou de 60 unidades para 16).
Durante evento virtual do Minha Casa Minha Vida, nesta manhã, Lula também comentou sobre o ataque em São Paulo, dizedo que "não é possível".
"Em São Paulo, houve uma morte de uma criança de uma arma do próprio pai, não é possível. Estou vendo a quantidade de crianças mortas na Palestina, em Gaza, em Israel, não é possível. Estamos matando o futuro da humanidade, o futuro do nosso país. Isso é falta de estabilidade psicológica, estabilidade salarial, na educação", disse o chefe do Executivo.
Pouco antes, no discurso, ele disse que crianças têm de ir pra escola, não praticar violência. "Quando pedi para colocar biblioteca em cada conjunto habitacional e uma necessidade de ver nossas crianças lendo, incentivar a ler, quem tenha livro, é doar. O que não queremos é criança com arma, praticando e aprendendo violência. Queremos criança na escola", afirmou.
Outros integrantes do governo também se manifestaram sobre o ataque à escola nesta segunda. O vice-presidente e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prestou sua solidariedade à família e classificou o ato como mais um "episódio inaceitável num espaço de educação e convívio social".
Já o ministro Flávio Dino (Justiça) disse que o Laboratório de Crimes Cibernéticos da pasta foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo nas investigações. "Nossa solidariedade às vítimas, suas famílias e à comunidade da escola estadual de São Paulo, alvo de ataque com arma de fogo."
De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 7h30 um aluno de 16 anos, estudante do 1º ano do ensino médio do colégio, entrou na escola e efetuou diversos disparos. Ele seria vítima frequente de bullying por parte dos colegas da escola.
O atirador foi detido pela PM e levado para o 70º DP (Sapopemba)
A aluna que morreu levou um tiro na cabeça. As duas feridas foram socorridas e levadas para o pronto-socorro do Hospital Sapopemba, com ferimentos no ombro e no tórax. Um delas já teve alta.
Um terceiro estudante, que se feriu ao fugir, foi socorrido e também já recebeu alta.