Adolescente abriu fogo em escola de SP porque era vítima de homofobia, diz advogado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O adolescente de 16 anos apreendido por atirar contra alunos na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, diz que tomou a atitude na tentativa de resolver o bullying e a homofobia que sofria, segundo o advogado Antonio Edio, que representa o jovem.
Uma aluna de 17 anos morreu e outras duas foram baleadas. O atirador, de 16 anos, é aluno do 1º ano do ensino médio do colégio. Ele foi detido pela PM e levado para o 70º DP (Sapopemba).
"Ele me narrou que, já não aguentando mais essa situação de homofobia que ele sofria na escola, resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa do pai dele, arma que pegou escondido, sem a ciência do pai, e veio para a casa da mãe, sem que a mãe tivesse conhecimento. Cedo foi para a escola e resolveu fazer isso", disse o advogado.
Segundo Edio, o adolescente sofria bullying por ser homossexual, e as agressões teriam aumentado a partir do momento em que o adolescente começou a usar roupas femininas.
Ainda segundo o advogado, o adolescente relatou que não tinha intenção de atirar na aluna que morreu, já que ela não participava das agressões contra ele.
Edio disse ainda que, em abril, a mãe do atirador chegou a registrar um boletim de ocorrência a respeito de agressões sofridas em outra escola.
"A mãe registrou um boletim de ocorrência dessa homofobia que ele sofria. Levou ao conhecimento da escola, mas a única coisa que a escola fez foi dizer para a mãe trocar [o filho] de escola", disse o advogado.