Suspeitos de chefiar tráfico na Bahia são presos no Rio e em SP

Por ALÉXIA SOUSA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma operação da Polícia Civil da Bahia prendeu nesta sexta (27) 13 pessoas suspeitas de integrar uma das principais organizações criminosas do tráfico de drogas no estado. Dois dos presos são apontados como lideranças da facção que também atua em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Na capital fluminense, os agentes prenderam João Ricardo Cardoso Mota, o Rick ou R7, na Muzema, zona oeste da cidade. A região é dominada por uma milícia, mas não há informação se existe ligação entre a facção criminosa que atua na Bahia e o grupo local.

Segundo a polícia, Mota seria sócio de Geonário Fernandes Pereira Moreno, o Genaro, líder do TCP (Terceiro Comando Puro), uma das principais facções criminosas do Rio.

Ainda segundo os investigadores, o homem suspeito de ser o segundo na hierarquia da quadrilha que atua na Bahia foi preso em São Paulo. Kaic Cardoso Oliveira, conhecido como Kaká ou Paulista, foi localizado em Santana de Parnaíba, na região metropolitana da capital paulista.

Mota e Oliveria eram considerados foragidos da Justiça. Eles foram presos por agentes das policiais civis dos respectivos estados e serão encaminhados para a Bahia. A reportagem não conseguiu contato de seus advogados.

As identidades dos outros 11 suspeitos presos não foram divulgadas. A investigação monitorou o grupo durante um ano por meio de quebras de sigilo bancários, telefônico e telemático.

Eles são suspeitos de tráfico de drogas e de envolvimento em 20 homicídios ocorridos nos municípios de Itabuna, Ilhéus, Teixeira de Freitas e Barro Preto, no sul da Bahia.

Também foram cumpridas 43 determinações judiciais de busca e apreensão. Ao todo, os agentes estiveram em 11 cidades, distribuídas em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Santa Catarina.

A operação ocorre em meio a uma crise na segurança pública da Bahia, durante a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT). O estado enfrenta o acirramento da guerra entre facções, o aumento de chacinas e uma escalada da letalidade policial com epicentro nas periferias das cidades.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que o estado tem o maior número de mortes violentas do Brasil desde 2019.