Mulher disse à polícia que sequestrou bebê para 'manter um relacionamento'

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A mulher que sequestrou um recém-nascido e conseguiu sair pela porta da frente da maternidade Maria Amélia Buarque de Holanda, no Rio, disse à polícia que levou o bebê para "manter um relacionamento". A informação foi divulgada neste domingo (5) pelo "Fantástico", da TV Globo.

A sequestradora foi identificada pela Polícia Civil como Cauane Malaquias da Costa, 19. Cauane admitiu, em depoimento, que inventou uma gravidez para manter um relacionamento e afirmou que roubou o bebê por essa razão.

A mãe dela disse em depoimento, segundo o delegado Mario Andrade, que a filha contou em março que estava grávida. Ela justificou que a barriga não crescia, de acordo com a mãe, porque a criança estava localizada "na altura do quadril'.

A mulher contou ainda, segundo a polícia, que ela iria se internar no dia 30 de outubro para dar à luz o bebê.

"Eu obtive informações da própria rede social dela [sequestradora]. Tem um nome com um coração vermelho ao lado. Esse nome é da filha dela. E embaixo, havia um coração azul com o nome de um menino. Tudo indica que seria o nome que ela gostaria que essa criança [que ela sequestrou] recebesse.", disse Mario Andrade, delegado responsável pelo caso.

Câmeras registraram ela entrando e saindo da maternidade

Na madrugada de quarta-feira (1º), as câmeras de segurança de segurança registraram Cauane entrando na maternidade. As imagens mostram que ela chega por volta da 11h40. Fica do lado de fora por volta de uma hora e meia. Em seguida, entra no local, coloca o telefone para carregar, toma água e fica observando a recepção. "Ela tinha o intuito de entrar sem ser identificada. Como ela viu a dificuldade, não teve outra alternativa e fez a identificação", disse o delegado.

Ela contou ao delegado que conseguiu entrar na maternidade ao dizer que uma "conhecida" estava internada na instituição e que faria uma visita. Horas depois, o vídeo mostra ela saindo do hospital. Na bolsa, estava o pequeno Ravi. "Eu lembro que à 1h45, eu levantei, olhei para o bercinho dele e já estava vazio", contou ao Fantástico a mãe da criança, Nívea Maria.

O recém-nascido foi levado durante um cochilo da mãe e da avó. As duas estavam no quarto e não perceberam que alguém havia levado a criança. A família estava no terceiro andar.

Sem encontrar ou ouvir informações, a mãe ligou para o pai da criança, que acionou a polícia. Os agentes começaram a buscar a criança durante a madrugada.

O bebê foi encontrado horas depois após a polícia receber uma denúncia anônima. Ele estava na casa da investigada, no Morro do Borel, na Tijuca, na zona norte. Cauane está presa e vai responder pelo crime de subtração de menores. A pena pode chegar a seis anos de prisão.

O que diz a Secretaria Municipal da Saúde do Rio

Ao Fantástico a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que está analisando o sistema de câmeras de segurança e que vai aguardar o avanço da investigação para determinar como pode evoluir no sistema de segurança.

A maternidade afirmou que se compromete a dar acompanhamento psicológico para a mãe do bebê.