Federação Paulista e Prefeitura ratificam planos de final da Copinha no Pacaembu, em obras
O jogo, marcado para o próximo dia 25 de janeiro, ocorre tradicionalmente no aniversário de São Paulo.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A FPF (Federação Paulista de Futebol) e a Prefeitura de São Paulo ratificaram nesta quarta-feira (20) que a final da próxima edição da Copa São Paulo de Juniores deverá ser realizada no estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, que está em obras. O jogo, marcado para o próximo dia 25 de janeiro, ocorre tradicionalmente no aniversário de São Paulo.
Na terça (19), Paulo Galli, secretário-executivo de Desestatização e Parcerias da Prefeitura de São Paulo, afirmou em entrevista à TV Globo, que a reinauguração do complexo do Pacaembu deverá ficar para o segundo semestre de 2024.
Passado à iniciativa privada, o local está em obras desde o início do segundo semestre de 2021 -a previsão é que elas terminariam até o fim deste ano, mas estão longe de acabar.
"A inauguração será um pouco mais tarde em função do andamento das obras. Deve ser entregue em julho, completa, com as piscinas, ginásios e o campo de futebol", afirmou o secretário à TV.
Em nota, nesta quarta, a prefeitura afirmou que a entrega parcial das obras no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho pela concessionária Allegra Pacaembu está prevista para 25 de janeiro
"As demais obras obrigatórias completas, também sob responsabilidade do consórcio, deverão ser entregues até julho de 2024", disse trecho do texto da gestão Ricardo Nunes (MDB).
Segundo a federação, a decisão do torneio ocorrerá no estádio do Pacaembu, "que tem previsão de abertura na final do campeonato".
De acordo com a FPF, caso exista qualquer tipo de questão que impeça a realização do jogo decisivo, o regulamento da competição prevê que a partida deve ocorrer na capital paulista em local a ser definido observando critérios técnicos e de segurança -neste ano, o Palmeiras conquistou o bicampeonato do torneio ao vencer o América-MG no estádio do Canindé, o campo da Portuguesa, na zona norte.
Também em nota, o grupo que tem a concessão do local pelos próximos 30 anos, afirmou que as obras de reforma, modernização e restauro "seguem em ritmo acelerado".
Também informou que o estádio estará apto a receber a final da Copa São Paulo com capacidade reduzida, para aproximadamente 10 mil torcedores, que terão acesso à arquibancada norte -o total deve checar a 10,4 mil pessoas.
O gramado, que ainda não existe, deverá ser sintético, caso o seja realmente agendado para o estádio, que sempre foi palco da decisão do torneio de juniores, até o inicio das obras com a concessão.
O espaço que fica no lugar do antigo tobogã -demolido há mais três anos- ainda estará fechado.
"A realização do jogo, no entanto, depende da decisão da Federação Paulista de Futebol, em função do desejo das equipes finalistas em jogarem no Pacaembu", diz trecho da nota. "Além de ser necessária, claro, a liberação do alvará de funcionamento por parte do Poder Público."
Em agosto de 1995, a final da Supercopa São Paulo de Futebol Júnior entre Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu em obras, terminou em tragédia com um torcedor morto e mais de cem feridos.
Torcedores, que conseguiram acessar o então tobogã em obras, invadiram o gramado armados com pedras e paus, transformando o local em uma guerra campal.
O são-paulino Márcio Gasparin da Silva, 16, sofreu múltiplos traumatismo após ser agredido diversas vezes e morreu oito dias depois. O palmeirense Adalberto Benedito dos Santos foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime -conseguiu progressão de pena e deixou a cadeia cerca de quatro anos depois.
PLANOS PARA O LOCAL
A concessionária também afirmou na nota que tem outros planos para o estádio em curto prazo. A empresa afirma que ainda no primeiro semestre de 2024, o complexo estará preparado para receber outros eventos, que irão compor seu cronograma de reabertura.
O Santos, que vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024, cogita mandar jogos no Pacaembu. No início do mês, dias antes de sua eleição, o empresário Marcelo Teixeira, que se tornaria presidente do clube mais uma vez, chegou a visitar as obras do estádio.
A reformulação do estádio têm custo estimado em R$ 400 milhões. Na arquitetura, a principal mudança é a substituição do tobogã por um prédio de nove andares (quatro subterrâneos e cinco acima do solo) onde haverá um hotel, restaurantes, lojas e escritórios. Haverá uma passarela aberta a pedestres ligando as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis.