Número de homens supera o de mulheres na população preta

Por STEFHANIE PIOVEZAN

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A população preta é a única do país em que o número de homens supera o de mulheres. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e integra os resultados do Censo 2022.

Em outubro, o instituto anunciou a quantidade e a distribuição da população brasileira por sexo ?temos 94 homens para cada 100 mulheres?, mas não deu detalhes de cor ou raça, foco da apresentação desta sexta.

Segundo o IBGE, há 103,9 homens pretos para cada 100 mulheres pretas. Entre todas as pessoas indígenas, a razão de sexo cai para 97,1, e, entre pardos, fica em 96,4. Já na população branca são 89,9 homens para cada 100 mulheres e, na amarela, 84.

Tal proporção, contudo, varia quando aplicados recortes regionais e estaduais. Na população preta, a razão sobe para 122,1 na região Norte, 114,6 no Centro-Oeste e 104,6 no Sudeste, ao passo que no Nordeste e no Sudeste diminui para 103,2 e 99,9, respectivamente.

Os únicos estados com razão de sexo entre a população preta abaixo de 100 são Bahia (96,9), Rio de Janeiro (91,9) e Rio Grande do Sul (95,4). Do lado oposto, o Amazonas se destaca como o estado com razão de sexo mais elevada: são 136,6 homens pretos para cada 100 mulheres pretas.

Uma proporção mais elevada de homens do que de mulheres também é identificada entre pessoas indígenas na região Norte (101,1), em Santa Catarina (100,5) e no Mato Grosso (101).

O Rio Grande do Sul é o estado com maior proporção de homens brancos (37,5%). Os homens pretos têm maior participação na Bahia (11%), e os amarelos, em São Paulo (0,6%). Entre os homens pardos, o Pará desponta com a maior concentração (34,8%) e, entre os homens indígenas, Roraima lidera a lista (7,1%).

No Brasil como um todo, homens brancos são 20,6% da população. Pretos são 5,2%, amarelos representam 0,2%, pardos somam 22,3%, e indígenas, 0,3%.

No caso das mulheres, novamente o Rio Grande do Sul tem a maior proporção de pessoas brancas, com 40,9%. Mulheres pretas são 11,4% da população na Bahia; mulheres amarelas são 0,6% em São Paulo, mulheres pardas são 35,1% no Pará e mulheres indígenas representam 7% em Roraima.

Considerando todo o país, as mulheres brancas equivalem a 22,9% dos residentes. Pretas são 5% da população, amarelas são 0,2%, pardas compreendem 23,1% e indígenas, 0,3%.

Outra forma de compreender as diferenças entre homens e mulheres é pela pirâmide etária, que apresenta as populações masculina e feminina por faixa de idade.

A pirâmide da população branca, por exemplo, tem um perfil um pouco mais envelhecido e feminino do que a da população brasileira como um todo.

A pirâmide para a população preta mostra uma menor proporção de pessoas até 14 anos, no caso dos homens, e de mulheres até 19 anos, em comparação com o total da população. Apresenta também uma maior proporção relativa de homens de 20 a 64 anos.

Já a população amarela caminha para um perfil em formato de losango, indicando envelhecimento, e um desvio para a direita nas faixas de maior idade, apontando maior proporção de mulheres idosas ante homens idosos.