Preso por agredir mulher em Recife já respondeu por porte ilegal de arma de fogo
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá, preso preventivamente após agredir mulher ao confundi-la com transexual em banheiro de restaurante no Recife chegou a responder por receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Homem já respondeu a outros processos. O delegado Diogo Bem, titular da Delegacia de Casa Amarela, listou ainda os crimes de trânsito e de exercício arbitrário das próprias razões (justiçamento com as próprias mãos) na lista de processos já respondidos por Salmento. Em entrevista coletiva, ele disse que, dentre esses, existem processos arquivados e em andamento.
A ex-mulher de Salmento também depôs em delegacia sobre caso de violência doméstica, de acordo com o delegado. "Não sei dizer se existe processo já. O que sabemos é que tem uma investigação, porque essa mulher, que foi vítima de violência doméstica, eu também peguei o depoimento dela para falar um pouquinho da personalidade dele durante o convívio quando eles eram casados", explicou Diogo Bem, titular da Delegacia de Casa Amarela.
A defesa de Salmento informou que aguarda decisão do tribunal de Justiça, em relação ao pedido de habeas corpus, para poder se manifestar. Comenta também que esses outros processos "são de fatos muito antigos". Ao UOL, o advogado Madson Aquino disse achar a prisão preventiva "descabida".
"Podia aplicar medida cautelar, que é a tornozeleira, uma prisão domiciliar, não tem um fundamento que a gente entenda cabível para a prisão preventiva, mas vamos aguardar o tribunal se manifestar", completou o advogado.
Como foi a agressão
O caso aconteceu no dia 23 de dezembro, em restaurante Guaiamum Gigante, na zona norte de Recife.
Salmento disse, em depoimento, que a mulher dele, que o acompanhava, relatou ter sido apalpada no banheiro por um homem. Salmento teria então ido tirar satisfações e perguntou se a pessoa apontada por sua mulher era homem ou mulher.
Ele conta ter empurrado a vítima, após sua resposta agressiva. "Ele disse que começou a confusão generalizada e foi retirado pelo segurança do restaurante", conta o delegado Diogo Bem. "A gente entendeu ali, analisando todo o contexto, que foi uma conduta realmente transfóbica".
Ao UOL, o publicitário e amigo da vítima, Hilário Júnior, disse que Salmento perguntou a ela, no banheiro, se ela era homem ou mulher. Quando a vítima questionou o motivo da pergunta, o homem respondeu que ela estava no "banheiro errado" e desferiu um soco no rosto da vítima, quebrando, inclusive, seus óculos.