Mãe de menino desaparecido no Rio rejeita tese de afogamento
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A mãe do menino Édson Davi Silva de Almeida, 6, usou as redes sociais nesta quarta-feira (10) para reafirmar que não acredita na hipótese de afogamento do filho. A criança desapareceu no último dia 4, na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A Polícia Civil afirma que todas as linhas de investigação são consideradas, mas a principal indica que o menino não saiu da praia.
Na postagem, Marize Araújo pede adesão das pessoas para uma nova manifestação na tarde desta quarta na altura do posto 4 da praia, onde o menino foi visto pela última vez. "Davi está vivo. Ele não se afogou. Ele chama por nós", escreveu a mãe.
É a segunda vez que parentes e amigos de Davi se reúnem no local com cartazes cobrando por notícias sobre o paradeiro do menino.
No último domingo (7), durante a manifestação, a família reivindicou a cessão das imagens das câmeras de segurança da Prefeitura do Rio. O município entregou as gravações à Delegacia de Descoberta de Paradeiros, que investiga o caso, na sexta (5).
No entanto, as câmeras localizadas no local em que Davi foi visto pela última vez, no posto 4, estavam em manutenção naquele dia, segundo informou a prefeitura.
Com as imagens de outras câmeras da orla, os agentes identificaram e localizaram uma família de argentinos que esteve na praia com Davi na tarde em que desapareceu.
O pai do menino, Édson dos Santos Almeida, 47, mencionou os estrangeiros quando registrou o caso na delegacia. A criança acompanhava o pai, que trabalha como barraqueiro no local, quando sumiu. Édson afirmou que o filho desapareceu após brincar com crianças estrangeiras na areia da praia.
A polícia, no entanto, descartou a hipótese de envolvimento dos turistas com o sumiço do menino. Nas imagens analisadas pelos investigadores, os turistas saem da praia e chegam no hotel onde estavam hospedados também na Barra, sem a presença de Davi.
Além disso, em depoimento, o estrangeiro confirmou que o filho dele brincou com Davi por cerca de 20 minutos e que, logo depois disso, foram embora. O argentino disse ainda que não viu para onde foi a criança.
Nesta quarta (10), policiais civis e bombeiros entraram no sexto dia de buscas por Davi. As equipes concentram os trabalhos nas praias da Barra, Recreio, Guaratiba e Sepetiba com aeronave, drone, moto aquática e mergulhadores.
Ao menos três testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram ter visto o menino entrar no mar antes de ele desaparecer. Em depoimento, um homem que atua na barraca com o pai de Davi afirmou que teria pedido para a criança sair da água tendo em vista as condições do mar, que estava agitado.
Ainda segundo a investigação, outra testemunha narrou que viu Davi entrar no mar por três vezes enquanto jogava futebol com outra criança. Outra pessoa também relatou que o menino teria pedido uma prancha emprestada para entrar na água, mas que não atendeu o pedido porque o mar estava revolto.
Um vídeo cedido à investigação por uma testemunha mostra a criança na beira do mar por volta das 15h30 da tarde, cerca de uma hora e 30 minutos antes do registro do desaparecimento.
Nas imagens, Davi aparece de camisa térmica preta, brincando na beira da água próximo a uma bandeira vermelha que indicava perigo.
A família de Davi diz que não acredita na hipótese de afogamento e sim que alguém tenha levado a criança. De acordo com a irmã, Giovana Almeida, a criança não teria entrado no mar por ter medo. O pai também afirmou que antes de entrar na água ele pedia autorização.
A família da criança mora na Gardênia Azul, na zona oeste, e trabalha há três anos em uma barraca que fica nas imediações do posto 4 da praia.