'População está saturada, mas não podemos seguir enxugando gelo', diz Tarcísio sobre centro de São Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou não planejar seguir "enxugando gelo" ao lidar com a segurança pública do centro da capital. Para ele, o combate à criminalidade na região deve ser feito com planejamento, evitando soluções rápidas e pouco eficazes.
"A gente sabe que a população está saturada, mas não podemos continuar enxugando gelo. É uma questão maior. Envolve saúde pública, assistência social e reorganização do espaço urbano", disse ele em entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta-feira (31).
O ex-ministro bolsonarista acrescentou ser necessário trabalho conjunto com a prefeitura paulistana para melhoria da região e haver boa interlocução com a gestão Ricardo Nunes (MDB). "Ficamos muito tristes com a situação, os comerciantes largando suas lojas. A gente quer devolver a paz ao cidadão."
Após mais um comércio centro de São Paulo ser saqueado por usuários de drogas, no último fim de semana, Tarcísio apresentou um projeto para ampliar o efetivo nas ruas centrais com mais de 2.000 policiais militares até o fim deste ano.
Nunes também se pronunciou após o ocorrido, dizendo planejar colocar mais 500 profissionais da GCM na região e voltando a citar a central de monitoramento do Smart Sampa, que funcionará no Palácio dos Correios, no vale do Anhangabaú, com entrega prevista para 16 de fevereiro.
O governo do estado também investirá em câmeras de monitoramento, a serem instaladas em até dez meses. O plano está orçado em R$ 158 milhões e faz parte do Muralha Paulista, programa do governo para a segurança pública. Tarcísio diz que a tecnologia deve ajudar a premeditar comportamento criminoso.
O estado de São Paulo registrou recorde de furtos no último ano. Somente de janeiro a outubro, as delegacias de polícia registraram 481.800 ocorrências, contra 466.626 em 2022, alta de 3%. O recorde anterior era de 2005, com 472.322 casos em dez meses.
Na capital foram 208.700 casos em 2023, ante 193.572 em 2022, alta de 8%.