Câmeras com reconhecimento facial são instaladas em SP, e mulher desaparecida é encontrada

Por MARIANA ZYLBERKAN

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As primeiras câmeras de reconhecimento facial começaram a funcionar no centro de São Paulo na última sexta-feira (9), e o novo sistema de vigilância já encontrou uma mulher que estava desaparecida na região.

Prometida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) há um ano, a instalação de 20 mil equipamentos é apontada pela gestão estadual como uma das principais frentes de combate à violência na área central. O custo mensal será de R$ 9,8 milhões.

A mulher encontrada é de Tocantins e estava no terminal rodoviário do Tietê, onde as imagens foram captadas e cruzadas com o banco de dados da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O alerta foi gerado, e uma equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi até o local e a levou até uma unidade de saúde. Lá, a família foi contatada e a reconheceu.

O monitoramento também será ferramenta para reduzir o número de dependentes químicos que frequentam a cracolândia, como é conhecida a principal cena de uso de drogas da capital.

Censo feito pela Polícia Civil durante o ano passado identificou ao menos 200 pessoas que constavam em boletins de ocorrência de desaparecimento, preenchido por familiares.

"Eles vão para lá porque não querem ser encontrados pela sua própria família, pela sua comunidade", disse o vice-governador Felício Ramuth (PSD), imbuído pelo governador para tratar do tema na esfera estadual. "São pessoas que saem da região metropolitana, ou da sua cidade, e o melhor lugar hoje para você consumir droga e se esconder, seja da sua família ou da sociedade, é dentro das cenas abertas. E é isso que nós estamos mudando", continuou.

O levantamento também apontou que ao menos 600 frequentadores da cracolândia cumprem algum tipo de medida cautelar e não poderiam frequentar locais onde há consumo de álcool e drogas.

Segundo a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), as câmeras de reconhecimento facial também serão usadas para deflagrar ações de zeladoria, como identificar pontos de alagamento e semáforos quebrados.

Guardas-civis e técnicos da Secretaria de Segurança Urbana passaram por treinamento para analisar os alertas feitos pelo sistema. No caso de foragidos, a semelhança deve ser de ao menos 90%, senão são descartados.

Uma central de monitoramento foi montada no prédio do Palácio dos Correios, no Anhangabaú, onde 40 agentes da GCM analisam as imagens 24 horas por dia.