Polícia cerca área onde moradoras relatam ter visto fugitivos de Mossoró

Por RAQUEL LOPES

MOSSORÓ, RN (FOLHAPRESS) - Moradoras da zona rural de Baraúna, no Rio Grande do Norte, relatam ter visto os foragidos da penitenciária federal de Mossoró, por volta da 1h desta quinta-feira (29). A polícia faz operação na região neste 16º dia de buscas.

Duas mulheres que trabalham numa fazenda com produção de frutas afirmaram ter avistado dois homens sujos no assentamento Vila Nova 2. Ao notar a presença delas, eles teriam se embrenhado na mata.

As equipes estão cercando área e levando cães farejadores para testar o odor. Há policiais especializados se infiltrando no terreno.

O local é próximo de onde os detentos teriam tentado invadir uma casa no último domingo (25), o que, segundo os investigadores, seria a última pista deles. Os policiais dizem acreditar que eles ainda estejam no Rio Grande do Norte, e as buscas se intensificaram na divisa do estado com o Ceará.

Ainda nesta quinta, os agentes prenderam um homem na região metropolitana Fortaleza (CE), sob suspeita de ajudar os dois presos. Desde o início das buscas pelos detentos, seis pessoas já foram presas.

O QUE SE SABE DA FUGA

A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14. Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, são suspeitos de serem ligados à facção criminosa Comando Vermelho.

As investigações preliminares do caso consideram que os fugitivos usaram uma barra de ferro retirada da estrutura da própria cela para escavar o buraco da luminária pelo qual conseguiram escapar, afirmam integrantes da cúpula das investigações.

Os detentos teriam conseguido o objeto, de cerca de 50 centímetros, descascando parte da cela que estava danificada pela umidade e falta de manutenção. Os dois estavam em celas individuais.

O objetivo das unidades federais de segurança máxima, anunciadas pelo governo em 2003, era desarticular o crime organizado a partir do isolamento e da vigilância constante de lideranças de facções com o envio para essas unidades.

Na época, já se admitia que as prisões dos sistemas estaduais se tornaram locais para a organização das atividades criminosas do lado de fora, especialmente o tráfico de drogas.

As cinco penitenciárias, inauguradas a partir de 2006, foram criadas com o objetivo de isolar criminosos de alta periculosidade e desarticular organizações criminosas.

Quase 20 anos depois, a primeira fuga do sistema foi considerada grave pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou um pedido para a nomeação de mais policiais penais federais e o reforço de muralhas, como a de Brasília, nas quatro outras unidades