Três suspeitos de participação em chacina de família cigana são presos na Bahia
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil da Bahia prendeu na manhã desta terça (5) três suspeitos de participação na chacina de seis integrantes de uma família de ciganos em Jequié, a 370 quilômetros de Salvador, em outubro do ano passado.
As prisões ocorreram dentro da Operação Hera, deflagrada em quatro municípios do estado. Alagoinhas (Agreste), Camaçari (região metropolitana de Salvador), Maetinga (sul) e Feira de Santana (centro-norte). Mais de 50 policiais participaram da operação.
Entre os mortos na chacina estava uma criança de cinco anos. As vítimas foram identificadas como Natiele Andrade de Cabral, 22, Elismar Cabral Barreto, 23, Sulivan Cabral Barreto, 35, Maiane Cabral Gomes, 45, Lindivoval de Almeida Cabral, 66, e Laiane Andrade Barreto, 5.
Segundo informações dos investigadores à época da chacina, homens armados invadiram a casa em que a família morava, no bairro Loteamento Amaralina, e dispararam contra as seis pessoas.
Desde o início das investigações, cinco armas foram apreendidas durante mandados de busca e apreensão, entre as quais, uma utilizada na chacina, segundo a corporação.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontaram Jequié como a cidade do Brasil com maior a média de mortes violentas proporcional à sua população em 2022, com 88,8 mortes para cada 100 mil habitantes. Ao todo, foram 141 assassinatos.
Localizada no sudoeste da Bahia, a cidade tem cerca de 159 mil habitantes, é cortada por duas importantes rodovias e abriga um presídio de médio porte. Tem uma geografia com vales que se erguem no entorno do rio de Contas e casas construídas de forma improvisada nos morros.
Epicentro de uma disputa entre facções que atuam no tráfico de drogas, a cidade viu o número de violentas escalar nos últimos anos. Foram 57 em 2020, número que subiu para 85 em 2021 e atingiu seu pico em 2022, com 141 mortes. A média de idade das vítimas é de 26 anos.