Exame capaz de diagnosticar dengue em 20 minutos pode chegar ao SUS até junho
Exame capaz de diagnosticar dengue em 20 minutos pode chegar ao SUS até junho
Uma nova tecnologia de Diagnóstico Rápido da Dengue poderá reduzir o tempo de análise de amostras para 20 minutos. Desenvolvida pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas), o protótipo está em fase de testes e inicialmente deve ser utilizado na Funed, que recebe anualmente cinco mil amostras de pacientes mineiros para exames laboratoriais. Se validado, o Diagnóstico Rápido da Dengue deverá ser disponibilizado em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), em lâminas descartáveis, na forma de pacotes com 25 ou 100 testes, ainda no primeiro semestre deste ano.
O kit foi criado pelas pesquisadoras Alzira Batista Cecílio (Funed) e Erna Kroon (UFMG) e pode agilizar o tratamento contra a doença. O método traz uma pequena fita que, em contato com a amostra do paciente, se contaminado, reage à presença do vírus e muda de cor. “Com a essa nova técnica, o médico poderá tomar a decisão correta sobre o tratamento e ganhar tempo na ação contra a dengue”, acredita Cecílio. Para a analista da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae-MG, Andrea Furtado, a nova tecnologia também vai contribuir para economia nos sistemas de saúde mundiais. “Sem o diagnóstico rápido, atualmente, há um prejuízo de R$ 3,5 bilhões nos sistemas de saúde do mundo todo”, afirma Andrea.
- Percentual de etanol na gasolina sobe para 27% no dia 16 de março
- Dólar chega perto de R$ 3
- Receita começa a receber declarações do Imposto de Renda de 2015
O novo kit de Diagnóstico Rápido da Dengue, que utiliza uma nova técnica conhecida como imunocromatografia, faz lembrar os aparelhos de monitoramento de glicemia, usado no diagnóstico de diabetes. A diferença é que o sangue coletado do paciente não é aplicado diretamente no kit: o teste é realizado com o soro separado das células sanguíneas e, por isso, a metodologia ainda exigirá a coleta de sangue do paciente. Para análise, o soro é colocado sobre a membrana – que integra a parte interna do suporte plástico que compõe o kit - juntamente com o diluente. A reação que pode indicar a presença de proteínas do vírus da dengue ou anticorpos produzidos, ocorre em 20 minutos.
Atualmente, os testes de diagnóstico da dengue são realizados a partir dos métodos MacELISA e ELISA, que se diferenciam principalmente pelo processo e tempo decorrido entre a análise do soro e o diagnóstico.
“No primeiro método, temos que desenvolver os reagentes, montar toda a plataforma de análise do soro em laboratório, procedimento que demanda três dias de trabalho”, explica o chefe do Serviço de Virologia e Riquetsioses, Glauco de Carvalho Pereira. Já o ELISA, segundo Glauco, por se constituir em um kit pronto garante a economia de tempo, reduzindo todo o processo de análise do soro para aproximadamente cinco horas. A metodologia MacELISA é considerada padrão ouro pelo Ministério da Saúde, sendo a técnica mais sensível utilizada atualmente, com maior índice de assertividade.
Com informações da Agência Minas