Bolsonaro faz campanha em rodovia e diz que respeitará resultado se não for reeleito
RESENDE, RJ, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No primeiro fim de semana de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Resende (RJ), onde foi recebido na manhã desta sábado (20) por uma motociata. Por mais de uma hora, ele ficou parado às margens da via Dutra para acenar e cumprimentar os apoiadores.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente diz que a motociata foi espontânea e afirma que respeitará o resultado da eleição caso seja derrotado.
"Passaram mil motos em apoio a gente. A gente fica muito feliz com essa manifestação espontânea por parte da população. E a gente está nessa empreitada buscando a reeleição, se esse for o entendimento. Caso contrário, a gente respeita. Mas a nossa democracia, nossa liberdade acima de tudo", declarou.
"Eu agradeço a Deus pela minha vida e pela missão. [...] Estou muito feliz com isso, apesar da dificuldade de estar na Presidência, mas é uma missão. E missão dada é missão cumprida", concluiu.
Bolsonaro esteve em Resende para participar da cerimônia de entrega da Espada de Duque de Caxias aos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), evento de formatura dos aspirantes a oficiais do Exército. O presidente foi aluno da Aman e concluiu o curso em 1977.
Antes da cerimônia, por volta das 9h30, o presidente saiu do Hotel de Trânsito da Aman e foi até a rodovia por onde passava a motociata em apoio a ele. Bolsonaro chegou à cidade na noite desta sexta (19).
Alinhados a Bolsonaro, militares cobram mudanças em procedimentos de fiscalização das eleições. As Forças Armadas estão na lista de entidades de fiscalização das eleições.
Bolsonaro tem feito ataque sistemáticos às urnas eletrônicas. Apesar dos frequentes questionamentos ao sistema eleitoral, o entorno do presidente tem tentado reduzir o tom golpista das declarações dele e melhorar a relação com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob comando do ministro Alexandre de Moraes.
Nesta semana, enquanto Moraes era ovacionado durante fala em defesa do sistema eleitoral, em sua posse como presidente do TSE, Bolsonaro não aplaudiu o ministro.
Na agenda de compromissos em Resende, Bolsonaro foi acompanhado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), além dos ministros Victor Godoy (Educação) e Anderson Torres (Justiça).
O ex-piloto de F-1 Nelson Piquet também participou da agenda.
Durante a cerimônia, Bolsonaro dividiu palanque com Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro; o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul; e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL), candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Os três são generais do Exército.
Bolsonaro saiu da Aman em 1977 e deixou o Exército em 1988 como capitão reformado, após ser absolvido pelo Superior Tribunal Militar num caso em que foi acusado de planejar um atentado terrorista.
O presidente comparece a todas as edições do espadim da Aman desde que assumiu o Palácio do Planalto. Durante a solenidade, o espadim de Duque de Caxias foi entregue pelas mãos do presidente a Lucas Cremonese Jaeger, 20, escolhido por ser o destaque da turma de cadetes. Os outros formandos receberam o espadim das mãos de seus familiares.
A cerimônia teve a participação de 395 cadetes da Aman, 15 deles de nacionalidade estrangeira e 33 mulheres. Fundada em 1810, a instituição passou a aceitar mulheres apenas em 2018.
"Ao internalizar o nosso código de honra representado no culto à verdade, à lealdade, à probidade e à responsabilidade, vocês materializam o que a sociedade brasileira espera de seu Exército. Prossigam nessa senda de dignidade", disse o general João Felipe Dias Alves, comandante da Aman.