Bolsonaro ironiza e chama entrevista ao JN de 'pronunciamento de Bonner'

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou sua participação no Jornal Nacional desta segunda-feira (22) e chamou e entrevista de "pronunciamento de Bonner".

"Foi uma enorme satisfação participar do pronunciamento de William Bonner Kkkkk. Na medida do possível, com muita humildade, pudemos esclarecer e levar algumas informações que raramente são noticiadas em sua emissora. Pela paciência e audiência, o meu muito obrigado a todos!", escreveu.

Em outra postagem irônica após a entrevista, Bolsonaro publicou uma foto em que mostra uma TV sintonizada no SBT. "Bastidores Rede Globo", escreveu.

Ao sair da TV Globo, no Rio de Janeiro, ele mostrou em vídeo que foi comer batata frita em uma lanchonete no bairro Marechal Hermes, na zona norte do Rio de Janeiro.

Bolsonaro foi o primeiro candidato ao Planalto a participar da série de entrevistas com presidenciáveis no telejornal da TV Globo. Durante a sabatina, houve panelaços em diversas capitais do país.

Na entrevista, Bolsonaro colocou condições para aceitar os resultados das eleições e mentiu ao tratar de ações na pandemia da Covid-19 e ao negar que tenha xingado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente também mentiu sobre as ações do governo na pandemia, ao negar ter barrado a compra de vacinas.

O mandatário começou a entrevista mais calmo, dando respostas em um tom sereno. No decorrer do programa, porém, ficou mais irritado, principalmente após ser questionado se tinha algum arrependimento por ter imitado pessoas sem ar ao comentar os problemas da Covid-19.

Bolsonaro também voltou a levantar dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, citando informações que já foram rebatidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pela própria Polícia Federal.

O presidente foi cobrado pelos apresentadores a assumir um compromisso de que respeitará o resultado das eleições.

No entanto novamente colocou uma condicionante de que faria isso se considerar que as eleições foram "limpas" ?o que ele nega ocorrer, já que segue colocando em dúvida o sistema eleitoral do país.

"Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas", afirmou o presidente.

Em outro momento, Bolsonaro foi questionado sobre as ações antidemocráticas de seus apoiadores, como a recorrente defesa da ditadura militar em manifestações em seu favor.

Respondeu que se trata de "liberdade de expressão". "Quando alguns falam em fechar o Congresso, é liberdade de expressão deles. Eu não levo para esse lado."