Plano de governo de Rodrigo Garcia destaca desenvolvimento sustentável e revisão dos gastos públicos
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), destaca o desenvolvimento sustentável e a revisão permanente dos gastos públicos em seu programa de governo entregue ao TSE.
Em 46 páginas, defende a manutenção de concessões e parcerias com organizações sociais e foca a abordagem ESG (ambiental, social e corporativa) como uma vantagem de uma eventual nova gestão.
No documento, a campanha de Rodrigo exalta o histórico do PSDB tanto em âmbito nacional quanto estadual, lembrando Fernando Henrique Cardoso na Presidência e o Plano Real, Mário Covas e João Doria, seu antecessor, ambos no Governo de SP, com a privatização do Banespa e a negociação para viabilizar a primeira vacina contra Covid no país, e José Serra no Ministério da Saúde e os medicamentos genéricos.
No plano, as propostas dirigidas a minorias não oferecem detalhes. Em relação às mulheres, o tucano sugere ampliar o atendimento nos Centros de Integração da Cidadania. Para a população LGBTQIA+, propõe um programa de incentivo a empregos. Não há políticas elaboradas para a população negra, apesar de o documento declarar o objetivo de promover a diversidade em todas as áreas do governo.
No setor de desenvolvimento econômico, o atual governador sugere três eixos de atuação: social, a fim de "prover igualdade de oportunidades, inclusão produtiva e empregabilidade dos mais vulneráveis", econômico, para explorar o potencial agropecuário e de inovação do estado, e ambiental, estabelecendo a necessidade de "lidar com as consequências das mudanças climáticas".
Também prevê a municipalização da abordagem ESG por meio da avaliação e da premiação das gestões consideradas "mais eficientes". Mudanças na geografia política do estado, com a criação de consórcios e focos de investimento em novas regiões metropolitanas, também estão previstas no plano de Rodrigo.
Na área de educação, sugere a manutenção do ensino integral e a implementação do novo ensino médio.
Para a saúde, propõe investimentos na modernização de hospitais e apoio financeiro às Santas Casas, além da construção de novos centros médicos e de AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) e da criação de um programa de apoio aos municípios no setor psicossocial.
Para a mobilidade urbana, Rodrigo lista a expansão da linha 2-Verde até a Penha, da 4-Amarela até Taboão da Serra, da 5-Lilás até o Jardim Ângela e da 15-Prata até Jacu-Pêssego. Entre as novas linhas a serem implementadas estão a 20-Rosa, do centro de São Paulo a Guarulhos, e a conclusão da linha 17-Ouro, do Morumbi ao Aeroporto de Congonhas. Ainda no setor dos transportes, planeja a implementação da rota hidroviária Tietê-Paraná, de VLTs nas regiões metropolitanas e a recuperação de estradas vicinais.
Na segurança pública, não há menção às câmeras instaladas nos uniformes da PM (Polícia Militar) -o governador cita apenas a compra de equipamentos nos últimos anos. Rodrigo prevê a priorização da polícia no campo, a contratação de mais policiais e o incremento a ações de apreensão de armas ilegais.
Para a agricultura e o ambiente, pretende elevar a produtividade das terras por meio da transição para a economia verde, em parceria com centros de pesquisa paulistas. O documento também propõe a integração da gestão ambiental do estado e a criação de um "poupatempo ambiental".
O documento também aborda, de forma mais generalista, o esporte, o turismo, as relações internacionais e a digitalização de estruturas do governo, o que tornaria os serviços de saúde, cultura, mobilidade e assistência social totalmente conectados ao resto do sistema do governo paulista.
Não há citações à democracia no plano de governo do candidato tucano. Em sabatina realizada pela CBN e pelos jornais O Globo e Valor Econômico, Rodrigo se disse frustrado com seu voto em Jair Bolsonaro (PL) na última eleição presidencial. De acordo com o governador, é mais grave o fato de o atual presidente não ter consolidado reformas administrativas e tributárias do que as atuais ameaças de golpe de Estado.