Tarcísio e Rodrigo sobem, e vantagem do líder Haddad diminui em SP, mostra Datafolha
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A vantagem de Fernando Haddad (PT) na eleição para o Governo de São Paulo diminuiu, segundo a nova pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (1º). O petista marcou 35% contra 38% na rodada anterior, no último dia 18.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), que ocupava a segunda colocação com 16%, agora marcou 21%. Em terceiro, aparece Rodrigo Garcia (PSDB), com 15% (antes ele tinha 11%).
A nova pesquisa capta o efeito do início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que começou a ser veiculada na sexta-feira (26).
Atrás deles estão Carol Vigliar (UP, 2%), Gabriel Colombo (PCB, 1%), Elvis Cezar (PDT, 1%), Vinicius Poit (Novo, 1%), Altino (PSTU, 1%) e Edson Dorta (PCO, 1%).
Eles mantiveram os índices da rodada anterior, com exceção de Gabriel, que tinha 2%.
Antonio Jorge (DC) marcou 1% e não estava na pesquisa do último dia 18.
Brancos e nulos somam 12% (eram 17%) e os indecisos, 10% (eram 11%).
A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 1.808 pessoas em 74 cidades do estado de terça-feira (30) a quinta-feira (1°). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número SP-04954/2022.
Na pesquisa espontânea, Haddad marca 17% (tinha 13%), Tarcísio chega a 13% (tinha 8%) e Rodrigo tem 5% (3% antes).
A parcela que declara não saber em quem votar na pesquisa espontânea vem diminuindo conforme a eleição se aproxima. Era de 72% em junho, de 57% em agosto e de 50% agora.
As simulações de segundo turno também evidenciam uma piora na situação de Haddad no levantamento.
Num eventual segundo turno entre Haddad e Tarcísio, hoje o petista venceria o bolsonarista por 51% a 36%. A diferença de 15 pontos era maior, de 22 pontos, na pesquisa anterior (53% a 31%).
Já em relação à disputa contra Rodrigo, Haddad seria vitorioso por 48% a 38%. A diferença (agora de 10 pontos) também caiu, era de 19 pontos antes, 51% a 32%.
De acordo com a pesquisa, 42% dos eleitores ainda podem mudar seu voto, enquanto 57% estão decididos, algo que mostra que o jogo está em aberto.
Os eleitores mais consolidados são os de Tarcísio (70% não mudariam o voto e 30% ainda podem mudar). Para Haddad, 62% estão decididos e 38% podem mudar. Entre eleitores de Rodrigo, 48% estão decididos e 52% podem mudar.
A boa notícia para Haddad é que a maior parte dos eleitores tucanos que podem mudar de voto migraria para ele. O jornal Folha de S.Paulo mostrou que a campanha petista considera ter mais chances no segundo turno contra Tarcísio.
Entre eleitores de Rodrigo, 30% escolhem Haddad como segunda opção e 21% escolhem Tarcísio. Entre eleitores de Haddad, 21% migrariam para Rodrigo e 14% para Tarcísio. Já quem escolhe Tarcísio poderia mudar para Rodrigo (32%) e Haddad (17%).
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Rodrigo conta com a propaganda eleitoral para alavancar sua campanha. O tucano tem o maior tempo de TV, com 4 minutos e 17 segundos.
A aposta de adversários, no entanto, era a de que o tucano, mesmo controlando a máquina do Palácio dos Bandeirantes, teria dificuldade de crescer diante da polarização nacional -Haddad é o representante de Lula (PT) enquanto Tarcísio é o de Jair Bolsonaro (PL).
Rodrigo tem buscado esconder sua ligação com João Doria (PSDB), de quem era vice, e prega contra a briga ideológica no estado. Já Haddad e Tarcísio estão colando em seus padrinhos, inclusive exibindo os presidenciáveis em suas peças publicitárias.
O Datafolha mediu também a rejeição dos candidatos, índice que tem relação com o quanto eles são conhecidos ou não pelo eleitor.
Haddad é o mais rejeitado: não votariam nele de jeito nenhum 36% dos entrevistados.
Em seguida aparecem Tarcísio (24%), Altino (19%), Elvis (17%), Edson (17%), Rodrigo (16%), Antonio (16%), Gabriel (15%), Carol (15%) e Poit (15%).
Os que rejeitam todos são 5%, enquanto 5% não rejeitam nenhum e 14% não sabem.
O candidato do PT segue como o mais conhecido de todos, ainda com taxa bem acima dos adversários, embora Tarcísio e Rodrigo tenham crescido de forma considerável. Haddad era conhecido por 89% na rodada anterior ante 92% agora.
O atual governador é conhecido por 49%, enquanto Tarcísio tem 50%. Ambos tinham 35% antes.
Em seguida, os mais conhecidos são Gabriel (13%), Poit (12%), Edson (10%), Altino (10%), Antonio (10%), Carol (9%) e Elvis (8%).
A pesquisa mostra ainda que a avaliação do governo Rodrigo Garcia melhorou desde o último dia 18.
O tucano tem a gestão considerada ótima ou boa por 27% (eram 22%). Outros 14% (antes 17%) a avaliam como ruim ou péssima. O índice de regular se manteve em 45%, assim como os que não souberam, que somam 15%.
A melhora é atribuída pelo entorno de Rodrigo às propagandas eleitorais na TV, que exaltam feitos do tucano no governo. Ele assumiu em abril, depois que Doria, seu antecessor e aliado, renunciou para concorrer à Presidência da República, o que não deu certo.