Lula culpa agenda e exigência de preparação para faltar a debate presidencial

Por EMMANUEL FRANCO E CAUE FONSECA

IPATINGA, MG, E PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta sexta (23) sua ausência no debate entre os candidatos à Presidência neste sábado (24) no SBT.

Questionado durante agenda em Ipatinga, Minas Gerais, se havia a possibilidade de mudar de ideia, disse que "adoraria participar", mas alegou dificuldades de agenda e necessidade de preparação.

Lula teve seu desempenho criticado no debate organizado pelo pool da TV Bandeirantes, Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura, em agosto, principalmente por não responder diretamente a questionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre corrupção.

O petista manteve a decisão de comparecer ao debate da TV Globo, que está marcado para a quinta (29), três dias antes do primeiro turno das eleições, em 2 de outubro.

"Eu tenho profundo prazer de participar de debate. É bom participar. Lamentavelmente o debate do SBT demorou um pouco. A minha coordenação mandou uma carta para fazer um pool e, quando veio a resposta, eu já tinha agenda no Rio de Janeiro e em São Paulo", afirmou nesta sexta.

Lula atribuiu a decisão, ainda, ao desconhecimento dos demais participantes.

Apesar de os principais rivais serem conhecidos há meses, ele se referia provavelmente a Kelmon Souza (PTB), que substituiu Roberto Jefferson, cuja candidatura foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O debate será promovido por SBT, CNN, Terra, Veja e Rádio Nova Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou participação.

"Debate é uma coisa que você tem que levar a sério. Você precisa se preparar com pelo menos um dia de antecedência. Você precisa conhecer um pouco os seus adversários. Eu conheço o candidato presidente [Bolsonaro], eu conheço o Ciro [Gomes], eu conheço a Simone [Tebet], mas tem gente nova que eu não conheço. Faz uma semana que entrou um candidato que eu nem sei quem é."

Lula elogiou as urnas eletrônicas e disse que é preciso saber que há pesquisas "mais sérias e menos sérias", já que tem "pesquisa nova" e "instituto novo" todo dia.

"Eu aprendi que não se pode acreditar demasiadamente em pesquisa e nem não acreditar demasiadamente. É preciso analisar cada pesquisa. O critério que ela foi feita. O campo em que foi pesquisada. Os estratos sociais com quem ela conversou. Para que a gente possa ter uma noção do que a gente pode fazer com a pesquisa", declarou.