Mais de 20 mil assinam manifesto contra Tarcísio articulado por estudantes da USP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um manifesto encabeçado por funcionários, estudantes e professores da USP contra a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Governo de São Paulo reuniu, até a tarde desta quinta-feira (27), mais de 20 mil assinaturas.
O documento afirma que uma eventual vitória do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá trazer riscos para as universidades estaduais paulistas e para a suposta vitória de um projeto político autoritário, contrário à ciência e economicamente excludente.
"A aliança do atual presidente com Tarcísio de Freitas, pautada pela lógica do negacionismo e dos ataques às universidades, coloca em risco a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, tal como as recentes conquistas relacionadas à popularização da USP", diz o documento.
"Vislumbrar, como defende a base eleitoral de Tarcísio e do atual presidente, a possibilidade de cobrança de mensalidades na USP e a privatização de outras instituições de ensino, coloca em risco imediato o desenvolvimento científico, tecnológico e educacional do estado e do Brasil, além de abrir espaço para a exclusão de milhares de jovens negros e pobres que agora acessam as universidades estaduais paulistas", continua.
De acordo com o manifesto, o plano de governo do candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes não faz menções à ciência nem apresenta um plano para lidar com as universidades estaduais ou com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
"Sua possível vitória seria uma carta em branco, sem qualquer projeto consequente", afirma o manifesto, intitulado "USP e São Paulo sem Tarcísio".
Dos signatários, 746 são professores da instituição. Entre eles há nomes como Lilia Schwarcz, Conrado Hübner Mendes, Maria Paula Dallari, Raquel Rolnik e Christian Dunker.
O manifesto foi articulado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, integrado por estudantes da Faculdade de Direito da USP.