Chamado de golpista em debate, Temer diz que Lula 'está descompensado
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após ser chamado de golpista, o ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou, ao jornal O Globo, que o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "está descompensado". A fala do candidato petista foi durante o último debate presidencial, realizado na sexta-feira (28), pela TV Globo.
Ao O Globo, Temer afirmou que correligionários o procuraram para falar que não votarão mais em Lula. "Estou recebendo muitas mensagens aqui de gente que dizia que iria votar nele e não vai mais votar por causa disso. Muita gente do MDB está me mandando mensagem dizendo isso. Mas, coitado, não posso culpar ele. Às vezes, a pessoa está em um debate e diz coisas assim."
Durante o debate, o candidato petista diz que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "herdou" a presidência de um golpista. "Eu vou contar uma coisa: ele se esquece que ele herdou a Presidência do Brasil de um golpista, que foi dado o golpe junto com ele. Não foi da presidenta Dilma. Ele recebeu o governo de um golpista chamado Michel Temer, do qual ele ajudou a derrubar a Dilma."
Em entrevista após o debate, Lula ressaltou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) "foi um golpe". "Inventaram uma história, deram veracidade à história e tiraram uma mulher digna que ganhou eleições. Ele (Temer) pode não gostar, mas acho que a Simone (Tebet) não está aqui por conta dele, está por conta da campanha, virou personalidade importante. Uma mulher que participou ativamente na política", declarou.
O petista reiterou que Dilma sofreu "um golpe, inclusive dado por meu adversário (Bolsonaro)". "O povo pode ver o discurso que ele fez contra a Dilma no dia da votação. Não dá pra esconder isso. Não dá para fingir que não foi golpe."
Temer não declarou voto. Logo após o 1º turno, Temer chegou a flertar com um apoio a Bolsonaro, segundo interlocutores. Contudo, ele acabou por dizer que irá votar em quem "defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país".