Aliado de Bolsonaro, Caiado elogia Lula por reunião com governadores
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sua gestão, elogiou a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de valorizar a relação com aliados mesmo de oposição.
"Em menos de 30 dias, Lula marca uma reunião com todos os 27 governadores, dizendo que a postura vai ser de abertura, que nenhuma decisão será tomada sem a participação dos governadores, que faz questão de estar presente nos estados até se convidando para ir nos palácios. É uma iniciativa digna de aplauso", elogia.
Para Caiado, Lula mostra saber fazer política, sinalizando entender que a campanha acabou, deixando o palanque em 2022 e governando em parceria com os estados.
Caiado foi um dos governadores que se manteve ao lado de Bolsonaro em momentos em que a maioria dos chefes de Executivo estaduais se colocavam em oposição aberta. O governador de Goiás chegou a romper com o ex-presidente durante o enfrentamento à pandemia, mas acabou se reconciliando.
Aliado de Lula, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também elogiou a reunião. "Marca a retomada do debate dos temas federativos", diz.
Lula permaneceu ouvindo as demandas dos governadores até às 14h, quando os convidou para um almoço no Itamaraty. Ouviu de maneira geral uma preocupação com a perda de receitas e aumento das despesas por iniciativa do Congresso Nacional.
O presidente colocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à disposição para coordenar um grupo para discutir as perdas com o ICMS. Em uma articulação com Bolsonaro, o Congresso limitou o tributo para baratear os combustíveis.
Lula afirmou nesta sexta-feira (27) que considera possível 'acertar' a questão do ICMS com os governadores, que reclamam da queda de arrecadação após a entrada em vigor da lei que limitou a alíquota desse tributo sobre combustíveis.
A fala aconteceu durante reunião com os 27 governadores no Palácio do Planalto. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o pagamento de uma compensação pela União aos estados devido às perdas na arrecadação com a mudança no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis era um dos principais temas do encontro.