Grupo propõe fundo para quitar dívidas de candidaturas femininas e negras
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo de deputadas vai propor uma alternativa à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que, mais uma vez, anistia partidos políticos que não cumpriram as cotas destinadas a mulheres e negros nas eleições de 2022.
Querem que os recursos não destinados pelos partidos a estes grupos no ano passado formem um fundo para quitar as dívidas dos candidatas mulheres e negras que não conseguiram pagar as contas.
O movimento "Quero você eleita" encabeça a proposta. Para ele, a anistia acaba penalizando ainda mais tais candidaturas porque muitos dos que estão hoje endividados acreditaram nas promessas de recursos feitas por dirigentes partidários, que não se concretizaram.
Além de não terem tido as condições necessárias, precisam arcar pessoalmente com as despesas e ficam desestimulados a tentar novamente.
Pela lei, os partidos precisam destinar a verba do fundo eleitoral na proporção das candidatas (nunca menos de 30%) e dos candidatos negros que lançar.
Na última quarta-feira (22), no entanto, uma PEC foi protocolada na Câmara para estender até 2022 a anistia dada aos partidos que não a cumpriram em 2020. A proposta tem mais de 180 assinaturas, de partidos de diversas matizes políticas.
Agora, o "Quero você eleita" tenta conseguir o apoio unitário da bancada feminina pela proposta do fundo. A articulação é pela retirada das assinaturas de deputadas que já tenham subscrito a PEC.