Tarcísio diz que fará esforço, e Zema divulga agenda internacional após provocação de Lula
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (30) que fará "todo esforço" para estar presente a evento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com a presença do presidente Lula (PT).
A declaração, dada durante agenda em Guarulhos (SP), aconteceu após Lula dizer em uma live que convidaria Tarcísio para evento no estado, mas que se ele não quisesse participar realizaria o ato do mesmo jeito.
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), também citado pelo presidente na ocasião, divulgou nesta quarta uma agenda internacional para as próximas semanas.
Tarcísio disse nesta quarta que eventos do PAC "são importantes, sim". "Havendo um evento de Programa de Aceleração do Crescimento aqui em São Paulo, a gente vai fazer todo esforço para estar presente, para participar, é importante. São obras que a gente vai fazer em conjunto, que no final o destinatário da política pública é o cidadão."
Segundo o governador, os três pedidos de inclusão de projetos no PAC feitos pelo estado foram atendidos ?são eles o trem intercidades, o prolongamento da linha 2-Verde do metrô e a travessia entre Santos e Guarujá.
Lula afirmou na terça-feira (29) durante o programa Conversa com o Presidente que convidaria tanto Tarcísio em São Paulo quanto Romeu Zema em Minas Gerais. Ambos são tidos hoje como potenciais opositores do PT nas próximas eleições presidenciais.
Zema anunciou nesta quarta que passará dez dias na Europa em missão internacional. Segundo o governo mineiro, ele visitará Itália e Áustria de 5 a 15 de setembro, em viagem "confirmada desde o início deste ano".
A assessoria dele também disse que desconhecer agendas oficiais de Lula para as próximas semanas no Estado, e que o governador "já manifestou publicamente sua disponibilidade em receber o presidente em Minas".
Na segunda (28), Zema entregou título de cidadão honorário de Minas Gerais ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em cerimônia na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, e os dois trocaram elogios.
Na terça-feira, Lula disse: "Eu quero ver se na outra semana eu consigo ir a Minas Gerais e a São Paulo, para discutir os investimentos do estado de São Paulo. Vamos tentar fazer um ato, vamos tentar a participação do governo do estado. Se [Tarcísio] quiser participar, se não quiser participar, a gente fará o ato do mesmo jeito", afirmou.
O presidente acrescentou: "Como nós somos civilizados, nós vamos fazer e convocar o governador, porque é importante ele estar, porque os compromissos que nós vamos assumir são com eles também".
Os governadores puderam indicar até três projetos prioritários para serem incluídos no Novo PAC. O programa foi lançado na primeira quinzena de agosto, em um grande evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
A maioria dos governadores foi ao evento, e Tarcísio e Zema estiveram entre os ausentes. O governador de São Paulo anunciou com antecedência que não participaria e que enviaria em seu lugar o vice Felício Ramuth ?naquele dia, ele deu uma palestra no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Zema, por sua vez, não se manifestou em nenhum momento sobre o convite.
Tarcísio vive idas e vindas entre acenos aos bolsonaristas e ao centro, e acaba sendo criticado pela base fiel do ex-presidente Bolsonaro devido a qualquer proximidade, mesmo institucional, com Lula.