Lula culpa partidos por redução de mulheres do 1º escalão e diz não poder fazer nada
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) atribuiu, nesta sexta-feira (27), aos partidos políticos aliados a falta de mulheres no governo e disse não poder fazer nada quanto a isso.
"Acontece que quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não posso, no governo, tirar o homem e colocar mulher. Eu ainda posso trocar muita gente", disse. "Eu lamento, porque o que eu quero fortalecer no governo é passar a ideia de que a mulher veio para a política para ficar", completou.
"Quando um partido político tem que indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada", completou.
A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. Ele estava acompanhado dos ministros Paulo Pimenta (Secom), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
Na véspera, o chefe do Executivo demitiu terceira mulher no alto escalão do seu governo. Rita Serrano deixou a presidência da Caixa Econômica Federal para o funcionário de carreira Carlos Vieira, aliado do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Antes, Lula já havia demitido Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esportes).
No início do ano, o time do presidente escalado para a Esplanada tinha 11 ministras em 37 pastas, um recorde. Além disso, ele havia inovado ao nomear mulheres para a presidência do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, e da Caixa, Rita Serrano.
Agora, elas são 9 na Esplanada, com 38 ministérios. E, nos bancos, resta apenas Tarciana.
A saída de Serrano ocorre exatamente no dia que o governo federal lançou a iniciativa Brasil sem Misoginia, em evento com a presença de ministros e ministras e também de Janja.
Janja e ministras que estavam no evento foram questionadas sobre a queda no número de mulheres do governo, com a demissão de Serrano, mas silenciaram.