Marta indica a Lula topar vice de Boulos e deve avisar Nunes no retorno das férias

Por RANIER BRAGON E CATIA SEABRA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy indicou ao presidente Lula (PT) que aceita ser vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo. O anúncio oficial só depende de uma conversa dela com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), na semana que vem, quando ela volta de férias.

Marta é secretária de Relações Internacionais de São Paulo e se encontrou nesta segunda-feira (8) com Lula no Palácio do Planalto, ocasião em que o presidente formalizou o pedido para que ela retorne ao PT e seja vice na chapa de Boulos.

A possibilidade de que Marta voltasse ao PT para ser vice de Boulos foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo em novembro.

A ex-prefeita chegou a posar para fotos ao lado do presidente e, depois, participou no Salão Negro do Congresso do ato Democracia Inabalada, gestado por Lula para marcar um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

De acordo com pessoas que obtiveram relatos da conversa de Marta com Lula, ficou implícito o fato de que, caso confirme o ingresso na chapa de Boulos, Marta não fará ataques à atual gestão, até por participar dela até o momento.

Isso ficará a cargo do candidato do PSOL. Ela direcionará seu foco para elencar feitos de sua gestão na cidade, de 2001 a 2004.

Além disso, Marta tem bom trânsito em setores de centro e de direita, o que representará um ativo para Boulos.

Caso Marta de fato formalize aceitar o convite, a ideia do PT é fazer uma filiação dela em um grande evento, com a presença de Lula e de Boulos.

A ex-prefeita foi um dos principais nomes do PT, tendo sido eleita para a prefeitura em 2000. Ela acabou sendo derrotada por José Serra (PSDB) na tentativa de se reeleger, em 2004. Disputou o comando da capital paulista outras duas vezes, em 2008 e 2016, mas não conseguiu voltar ao posto.

Após ter sido ministra do Turismo no segundo mandato de Lula na Presidência, se eleger para o Senado em 2010 e ser ministra da Cultura do primeiro mandato de Dilma Rousseff, Marta rompeu com o PT e deixou a sigla em 2015.

No ano seguinte, 2016, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Marta passou pelo MDB e Solidariedade e está, atualmente, sem partido.

Ela se reaproximou de Lula e do PT a partir de 2019 e, na campanha de 2022, atuou no segundo turno para a consumação do apoio de Simone Tebet (MDB) ao PT.