Audiência Pública debate situação das enchentes em Juiz de Fora
Moradores do Mariano Procópio, Democrata e Bairro Industrial estiveram presentes na Audiência Pública realizada na tarde desta terça-feira, 21, na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) para buscar respostas para a situação dos alagamentos que perduram há décadas na cidade.
O proponente da audiência, vereador Nilton Militão (PSD), questionou sobre quais projetos estão sendo planejados para a cidade e como serão investidos os recursos que vêm para Juiz de Fora no valor de R$ 12 milhões, advindos do acordo da Vale do Rio Doce, além dos R$ 18 milhões previstos no orçamento. “A função da audiência é prever para prover; com a prevenção podemos atuar com medidas para proporcionar aos atingidos melhores condições para enfrentar a tragédia anunciada. Desejamos saber da Prefeitura qual o plano estratégico para a prevenção e enfrentamento de tragédias nos períodos chuvosos”, disse.
O diretor-presidente da Cesama, Júlio César Teixeira, apresentou um panorama sobre a situação do Plano Municipal de Saneamento Básico de 2014 e trouxe respostas para os moradores da comunidade do Mariano Procópio. “Das ações que foram previstas no Plano, posso dizer que nada foi feito de 2014 até agora em relação a obras de drenagem. Atualmente a gente resolve o problema de um bairro e transfere para o outro. Os bairros de Mariano Procópio e Democrata alagam em função do crescimento desordenado do São Pedro, e ainda vai demorar um ano para fazer o projeto e outro ano para executar a obra”, afirmou ele.
O vereador Zé Márcio Garotinho (PV) afirmou que a Câmara Municipal tem sido atuante e registrou que foram aprovados projetos de lei sobre o tema e ainda um Requerimento que determinou que o Executivo deveria destinar o valor de R$ 30 milhões do orçamento em drenagem. Presidente da Comissão de Urbanismo, Garotinho lembrou ainda de Audiências Públicas anteriores em que os vereadores conseguiram impedir que um empreendimento no Vale do Ipê, com mais de 1.000 apartamentos, fosse construído, pois ocasionaria mais alagamentos na Rua Feliciano Pena, no Mariano Procópio.
O vereador Dr. Antônio Aguiar (DEM) lembrou que acompanhou a situação problemática da enchente no Mariano Procópio, e ressaltou que os “moradores do Vitorino Braga estão preocupados, por conta da obra no bairro atualmente, que pode entupir os bueiros, com a chegada das chuvas”. A vereadora Cida Oliveira (PT) destacou que é muito traumático presenciar um alagamento e se lembrou das enchentes no Vitorino, quando era moradora do bairro na década de 1980.
Além dos parlamentares acima, participaram do encontro as vereadoras Kátia Franco Protetora (PSC), Tallia Sobral (PSOL) e Laiz Perrut (PT), e os vereadores André Luiz (REPUBLICANOS), Cido Reis (REPUBLICANOS), João Wagner Antoniol (PSC), Juraci Scheffer (PT), Maurício Delgado (DEM), Sargento Mello Casal (PTB), Tiago Bonecão (CIDADANIA) e Vagner de Oliveira (PSB).
Prefeitura garantiu que situação será minimizada ainda nesta gestão
O secretário de Obras, Lincoln Santos Lima, afirmou no Plenário que os R$ 12 milhões da Vale serão investidos em obras pontuais de drenagem na cidade, assim como os R$ 18 milhões previstos na Lei Orgânica do Município. Para a secretária de Governo, Cidinha Louzada, o trabalho dos vereadores foi fundamental para a tomada de decisão de que o montante de R$ 30 milhões fosse investido na drenagem, e afirmou que os problemas das chuvas serão minimizados até o final da gestão, “embora saibamos que o valor total previsto para resolver o problema de forma global de Juiz de Fora é de cerca de R$ 600 milhões”, conforme previsto pelo Plano Municipal de Saneamento Básico.
Dados apresentados na audiência pela Defesa Civil registram que a área mais atingida de Juiz de Fora em 2020 foi a Zona Norte: com relação ao escorregamento de terra foram 229 ocorrências geológicas e com registros nessa área de 62 pontos de alagamentos, com destaque para um índice pluviométrico em Igrejinha de 96,41 mm, apenas no dia 5/1/2020. Na reunião foi mostrado que diversas ações de prevenção estão sendo feitas com mapeamento de risco georreferenciado, que gera um Plano de Contingência confiável e ainda uma ação integrada por meio do Núcleo de Proteção e Defesa Civil (NUPDEC).