Sociedade Brasileira de Diabetes alerta a população para a relação da doença com o Alzheimer

Fevereiro roxo e laranja chama a atenção para os diagnósticos de Lupus, Fibromialgia, Mal de Alzheimer e Leucemia

Por Renan Ribeiro

Sociedade Brasileira de Diabetes chama a atenção para a necessidade de controlar a diabetes como prevenção ao Mal de Alzheimer


Durante o mês de fevereiro, as cores roxa e laranja são utilizadas em diversos meios de comunicação com o objetivo de atentar para a conscientização e combate de algumas doenças.Lúpus, da Fibromialgia e do Mal de Alzheimer -representadas pela cor roxa- e um dos tipos mais graves de câncer, a Leucemia- ligada à cor laranja.


Por meio da campanha são divulgadas informações sobre os sintomas e formas de tratamento. Além de orientações voltadas para a prevenção. A Sociedade Brasileira de Diabetes, por exemplo, alerta as pessoas que convivem com a diabete mellitus, porque a doença tem sido fortemente associada ao declínio cognitivo e ao risco do desenvolvimento de todos os tipos de demência e, entre eles, o Mal de Alzheimer.


De acordo com o Ministério da Saúde, o diabetes causa neurodegeneração que induz mudanças na função e na estrutura vascular, no metabolismo da glicose, na sinalização celular da insulina, bem como modificações no metabolismo da proteína beta-amiloide. Por outro lado, a doença de Alzheimer é o distúrbio neurodegenerativo mais comum, marcado pela presença de várias características patológicas, entre elas, a perda de neurônios, formação de placas senis compostas por depósitos extracelulares da proteína beta-amiloide, emaranhados neurofibrilares intracelulares compostos por proteínas tau agregadas no cérebro, proliferação de astrócitos e ativação da microglia.neuronais.


Por conta dessas características, que se retroalimentam, o diabetes e a doença de Alzheimer podem cooperar entre si no processo de neurodegeneração cerebral. Por isso, é imprescindível que os portadores de diabetes tipo 2 estejam sempre com a doença controlada.


A forma como as pessoas se alimentam e os hábitos de vida que levamos, em meio a uma rotina sempre muito atarefada, que pode inclusive levar o indivíduo a se tornar muito sedentário, são áreas que precisam de atenção para prevenir a ocorrência de diabetes e, consequentemente, do Mal de Alzheimer, conforme reforça a médica endocrinologista e metabologista, Thaís Faria Tannure, que é professora do curso de Medicina da Faculdade De Ciências Médicas de Três Rios (Suprema).


“Acreditamos que esses fatores possam influenciar, pois atividade física regular e um bom controle alimentar auxiliam a não desenvolver o diabetes mellitus. Além disso, sabe-se que a prática de atividade física regular é uma das poucas estratégias comprovadas para prevenção do alzheimer”, salienta Thaís.


De acordo com a endocrinologista e metabologista, o foco é sempre na prevenção de maiores danos. “Poucas pessoas sabem efetivamente dos riscos de ter diabetes em mau controle e a cada vez que a informação for reforçada auxiliará na conscientização. Diabetes é uma doença crônica, ou seja, acompanhará o indivíduo durante toda vida, porém, há diversas estratégias de tratamento, inclusive disponibilizadas pelo Sistema único de Saúde (SUS). Além disso, o controle sempre vai além dos medicamentos, incluindo bons hábitos de vida”, considera.


Conheça um pouco mais sobre as doenças que são alvo da campanha fevereiro roxo e laranja, conforme o Ministério da Saúde:


Lúpus
O Lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações. Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (Les) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando aproximadamente 70% dos pacientes com Lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

• Fibromialgia
Já a Fibromialgia ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. O motivo pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.

• Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social. Com o passar do tempo, ela também interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória. O Alzheimer é a causa mais comum de demência – um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

• Leucemia
Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que em 2019 a leucemia teve mais de 10 mil novos casos. Os sintomas incluem anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos, bem como gânglios linfáticos inchados, perda de peso, febre e dores nas articulações e ossos.

A campanha também frisa a importância da doação de medula óssea. A doação é muito importante, pois a cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível.
Procure orientação em uma Unidade de Saúde.