Tabagismo
Tabagismo
Fumar é uma lastimável condescendência para a morte. São mais de 50 doenças relacionadas ao fumo, sendo as mais comuns cardiovasculares, pulmonares e câncer, com uma carga de sofrimento muito, muito grande, para o fumante e para a família.
Existe também outro tipo de perda ao fumar, que não está na estatística de saúde, não está necessariamente nos livros, é mais subjetiva, sutil, mas que aparece nos capítulos da vida do fumante: perde-se inestimável tempo e qualidade de vida ao fumar. Os minutos das tragadas se transformam em horas, dias, anos... Quantas pausas na brincadeira com o filho, na produção de um trabalho, na visita de um lugar bacana para o trago? Fumar é um hábito desconectado da maioria dos cenários que se usufrui; é proibido fumar na escola, restaurante, no hotel. Espaços destinados ao fumo (fumódromos) são cada vez mais lugares discriminados, espremidos, segregados. Fumar virou uma metáfora da cadeira do pensamento, é como se a sociedade dissesse: "Você fez algo errado e por isso precisa se isolar para pensar..."
A delimitação de um espaço para o fumante é inevitável, porque fumante passivo não é obrigado, e também porque dificultar o uso do cigarro reduz a frequência do consumo e é preciso estabelecer barreiras: fumódromos, aumento do preço do maço, proibição de propagandas, trabalho de prevenção, tudo ajuda.
Infelizmente existe também uma associação entre fumar e o abuso de álcool e outras drogas, um mal hábito nunca se manifesta sozinho.
Quem pensa em parar de fumar, tem uma certa intimidade com o sentimento de culpa e a baixa estima. E quem já tentou parar de fumar sabe dos efeitos físicos e psicológicos da abstinência, entre eles os mais comuns são: depressão, ansiedade, irritação, aumento do apetite, falta coordenação motora, fissura, pressão e batimentos cardíacos alterados.
Como toda grande decisão, parar de fumar exige firmeza, planejamento, aceitação da impotência diante do vício e o reconhecimento da necessidade de ajuda.
Algumas sugestões para o tratamento da dependência química:
Tratamento não farmacológico:
- Terapia individual e de grupo
- Acompanhamento médico
- Material auto ajuda
- Exercícios físicos
- Acupuntura
Tratamento farmacológico:
- Medicação em forma de cápsula, adesivo, goma de mascar.
- Antidepressivo
Não desista nas primeiras tentativas, o processo de adaptação ao tratamento exige tempo, dedicação diária e entendimento sobre qual maneira de se tratar será melhor para você, só se acerta através da experimentação, no decurso da tentativa-erro. Aceite que recaídas fazem parte do processo de algumas pessoas e que não será fácil, mas não tem nada mais difícil do que sucumbir ao vício!
- Meditação para transpor o vício
- O beber feminino
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Cecília Sertã Junqueira Rodrigues é Terapeuta Conselheira em Dependência Química, presta consultoria para empresas e escolas e aconselhamentos individuais em clínica.
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