Reflexções sobre ser inteira...
Reflexões sobre ser inteira...
Ser inteira?
Sim! Inteira.
Muitas vezes, vamos tocando a vida de uma forma insatisfeita e nem damos conta de que estamos andando pelas metades!
É comum ouvir essas frases: "Você precisa ser inteira! Antes de ser um bom par, você deve ser um bom ímpar! "
Os livros de auto ajuda estão recheados de textos que mostram a importância de ser você mesma; os cursos de aprimoramento dizem que tudo começa com você, mas, e daí? Como podemos buscar esse estado? O Facebook e o Instagram estão cheios de mensagens que funcionam como flashes. Estas podem passar batidos ou causarem algum impacto que leve a uma reflexão. No entanto, é preciso mais que flashes. É preciso reconectar-se através da auto escuta . A terapia é uma facilitadora dessa escuta.
Ser inteira. Como é isso?
Eu me deparo, no consultório, com falas sobre estas questões : "Sinto um vazio, não sei o que é isso..." Mas, o que fazer quando nos deparamos com tal sensação? Esse vazio geralmente surge quando não sabemos mais quais são nossos desejos e o que buscamos . É quando nos vemos perdidos e pouco sabendo de nós. Estamos sem motivação!
Quando esta situação é constatada, vem a pergunta: e agora? Como faço para mudar isso e me sentir melhor? Nesse momento, digo que é preciso pausar, respirar, olhar ao redor, aquietar-se... E aí, geralmente sou questionada: "Parar e ficar sem fazer nada? Parar e pronto? Já parei e... nada.
Como é isso?" É...
Eu sei... Eu sei! Não é fácil entender como isso processa. Pois é um processo! Não há uma receita pronta. Só há uma pista: se permitir e aceitar que esta questão passa por um caminho que precisa ser percorrido de volta para o interno. E essa vivência é diferente de um para o outro. Ela é individual. Tem haver com conexão, recolhimento, reconhecimento de si, achar o seu próprio fio da meada. Esse fio pode vir de um hobby, uma forma de buscar se expressar... Para isso as pausas se fazem fundamentais.
E sabe de uma coisa? Pausar, às vezes, requer treino. Respirar com calma. Treinar e observar sua voz interna numa escuta diária de si mesmo. Retirar-se. Diminuir a velocidade. Ficar quieta. Fechar alguns momentos para balanço a fim de poder voltar sua atenção para as suas sensações e suas percepções sobre as coisas que fazem parte do seu cotidiano. Lembrando que tudo isso envolve sua disponibilidade em desacelerar, inclusive, diminuir o tempo que gasta mergulhando nas tecnologias que trazem uma falsa sensação de conexão. É preciso compreender que envolvido em atividade o tempo todo, é impossível reconectar-nos com nossa essência! Como buscar a serenidade sem acessar a certeza interna que brota dentro de você de bem estar? É impossível, sem adentrarmos em nosso labirinto pessoal!
Para trabalhar esta sensação de vazio há de se buscar o que lhe traz inteireza, sensação de plenitude. É ir ao encontro da coerência do que sente e é. E isso pode envolver mudanças... Umas simples, outras mais complexas. Abdicar de coisas, soltar outras. Remexer em gavetas abandonadas, olhar os incômodos que jogamos para debaixo do tapete...
A dica para esse momento é se lembrar de ter como base o que você sente sobre o assunto, o que experimentou até aqui, o que aprendeu e o que precisa aperfeiçoar dentro de suas vivências e suas impressões internas a respeito. Se trata de um convite a uma observação profunda e verdadeira, para constatar se o que busca viver está em perfeita sintonia com o seu desejo e, ter a coragem de dar um passo para se transformar, ao reconhecer que só você pode agir para que isso ocorra. Sabe por quê? Porque nesse processo, compete apenas a você, só você, buscar o que traz tranquilidade por ser essa a verdade que habita no seu interior.
Como?
O segredo é estar atento no seu sentir.
Primeiro, sentir em você se algo vibra ou não. Se tem razão de ser ou não, se está dentro do que anseia ou não. Isso é sincronizar realidade com o que deseja.
Observar o que preenche você e o que desgasta. Criar pequenos oásis pelo caminho. É na coerência dessa auto percepção que se constrói possibilidades de bem estar
Esse processo também tem haver com desenvolver potenciais, lapidar crenças, estar atenta a sua forma de pensar, se aprimorar na busca desta direção, buscar a simplicidade. A auto observação lhe informará por quais correntezas está navegando. Não é qualquer correnteza que nos convém! É preciso encontrar a correnteza certa. É preciso entender que não é possível ir ao sul se está com a bússola apontada para o oeste. É preciso se perguntar: Que direção a final você vai tomar? Sua conduta de vida tem haver com o que busca? Sua observação interna e sua realidade externa se confundem?
Andar por essa auto estrada é mais do que simplesmente vestir uma roupa ilusória e fingir. É muito mais do que uma vontade que dá e passa. Para que isso ocorra, há de se buscar um sentido, um contexto interno. E esse movimento é algo a ser trabalhado, vivenciado, percebido, lapidado constantemente e envolve compromisso, elaboração de caminhos e as vezes, novas escolhas, disciplina e compromisso com a verdade. A sua verdade. Não há outra receita. Se trata de um mergulho em si para, em si, brotar o Ser.
O ser inteira envolve uma construção coerente com aquilo que você verdadeiramente quer! Ela brota do seu mais íntimo e dá força a seus passos para essa busca até que você vai percebendo que você está Flow! Fluindo!
Sim! Um belo dia, começa a surgir um calor que passa a aquecer, como um grande "insigth". Pronto! Está acontecendo!
Nesse momento, o convite é entrar nessa correnteza que lhe possibilita deixar a vida fluir com o que lhe faz sentir bem. Assim cada passo, estará possibilitando cada vez mais você criar confiança em seu novo trajeto!
Depois dessas reflexões que também vivencio, o que sei efetivamente sobre isso é que, de tanto buscar, se perguntar e observar, em um dado momento... você se dá conta que a vida começa a caminhar com mais leveza, VOCÊ SE SENTE INTEIRA!
Um beijo carinhoso.
Ótimo dia!
Agradeço o carinho da Professora Adriana Machado de Souza (Valença) na revisão deste texto. L