Segunda-feira, 26 de maio de 2009, atualizada às 17h51

Dia Nacional de Combate à Cegueira pelo Glaucoma terá exames gratuitos. Em JF, metade dos pacientes não sabem que têm a doença

Guilherme Arêas
Repórter

Nesta terça-feira, 26 de maio, Dia Nacional de Combate à Cegueira pelo Glaucoma, o Departamento de Residência em Oftalmologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza exames gratuitos abertos à população. A campanha inclui procedimentos de triagem, como tonometria (pressão intraocular), fundo de olho e exame complementar para observação do campo visual, avaliação de risco por meio de entrevistas com pesquisa de ocorrência da doença na família, além de aulas expositivas.

Os interessados podem realizar a triagem na unidade Dom Bosco do HU, na avenida Eugênio Nascimento, das 8h às 12h e das 14h às 17h. De acordo com o doutor em oftalmologia Rafael Vidal Mérula, a cegueira causada pelo glaucoma é irreversível. "Por isso, é importante o diagnóstico e o tratamento precoce", avalia.

A doença não escolhe um determinado biotipo, mas oferece maior risco a pessoas acima dos 40 anos, com histórico de glaucoma na família, de miopia, além do fato de serem negras. O coordenador regional da Sociedade Brasileira de Glaucoma, Ricardo Augusto Paletta Guedes, acrescenta que o diabetes e o uso prolongado de cortisona também são fatores de risco.

O tratamento da doença é considerado simples e, na maioria dos casos, pode ser usado um colírio. Nos estágios mais avançados, a intervenção a laser ou cirúrgica pode ser a opção. Em Juiz de Fora, estima-se que de 3% a 5% da população acima dos 40 anos tenha a doença. "A grande preocupação é que praticamente a metade dessas pessoas nem sabe que tem o glaucoma", adverte Ricardo.

No Brasil, cerca de um milhão de pessoas são portadoras da doença. Em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula 70 milhões de afetados. Como as causas ainda não foram descobertas, a prevenção é a melhor orientação dos médicos. "O glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular, o que leva a perdas do campo de visão do paciente. Essa perda vem da periferia para o centro. O paciente não percebe no início", explica Rafael.

Para os pacientes que se enquadram nos fatores de risco, a recomendação é que o exame seja feito a cada seis meses. Já entre os que não estão no grupo, a prevenção deve ser feita anualmente.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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