Comissão de Saúde quer intervenção do Estado no caso dos leitos ocupados por acautelados no HPS
Comissão de Saúde quer intervenção do Estado no caso dos leitos ocupados por acautelados no HPS
Repórter
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Juiz de Fora quer a intervenção do Estado para solucionar o problema da superlotação de acautelados no Hospital de Pronto Socorro Mozart Teixeira (HPS). De acordo com o último balanço da Secretaria de Saúde, até a última segunda-feira, dia 1º, havia cerca 30 detentos na unidade, que disponibiliza apenas quatro vagas para quem está nesta situação.
A proposta dos vereadores é que a Secretaria de Segurança Pública do Estado, responsável pelo acautelamento dos detentos, promova meios e recursos para atender os pacientes na esfera estadual ou contrate serviços de terceiros. "Embora o próprio sistema prisional devesse ter o seu posto de atendimento, não questionamos isso. O que não podemos aceitar é que seja imposta ao nosso hospital, que tem tantas carências, a tarefa de cuidar de maneira prolongada dos acautelados. Tem gente que está lá desde janeiro", argumenta o membro da comissão, vereador Wanderson Castelar (PT).
Nos casos de internação por ordem da Justiça, os membros da comissão questionam o fato de os exames realizados pelos peritos do Estado não chegarem ao hospital, sendo anexados apenas ao processo judicial. "Isso prejudica o próprio diagnóstico do paciente e dificulta o trabalho do profissional que faz o atendimento no HPS."
A Prefeitura fará uma auditoria nas unidades de saúde que recebem e tratam os acautelados. Um dos objetivos é conhecer o conteúdo dos laudos que o Estado emite para que um detento seja encaminhado ao HPS. O parecer da auditoria será enviado aos poderes executivo, legislativo e judiciário e servirá como base para as possíveis decisões a serem tomadas.
Enquanto a questão não é resolvida, foi solicitado aos médicos que deem alta aos acautelados sem necessidade imediata de internação. A Secretaria de Saúde calcula que cinco detentos já poderiam receber a alta médica. No caso dos acautelados internados no CTI, a maior dificuldade é conseguir leitos na enfermaria para os que poderiam sair da unidade de emergência.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes