Juiz de Fora se prepara para atender casos de gripe A Ainda sem casos confirmados, cidade já tem um hospital preparado para receber possíveis casos da doença e capacitar profissionais da saúde
Repórter
23/7/2009
A gripe A (H1N1) se tornou uma pandemia mundial, mas Juiz de Fora ainda não tem casos confirmados e já se prepara para receber possíveis pacientes com a doença. A informação foi concedida pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Yvander Mattos Vieira, em evento voltado para a capacitação de profissionais da área da saúde no enfrentamento da nova gripe.
"A situação de Juiz de Fora em relação à gripe A está muito tranquila. Ainda estamos aguardando os resultados dos quatro exames suspeitos e o evento desta tarde está servindo para orientar e capacitar os profissionais para lidarem com pacientes que porventura contraiam o vírus."
Além disso, o subsecretário garantiu que o Hospital Dr. João Penido é a referência no tratamento da doença na região e passou por reformas recentemente para atender essa demanda específica. "A reforma do hospital já foi concluída e agora está em fase final de colocação de equipamentos", diz.
A cidade conta ainda com um serviço telefônico específico para tirar as dúvidas das pessoas em relação à gripe A. Dois profissionais foram treinados especialmente para esse tipo de atendimento. Segundo Vieira, os hospitais locais ainda não registraram aumento de procura por conta da doença. "A procura maior tem sido através do telefone que a Secretaria de Saúde disponibilizou. Em média, dez pessoas ligam todos os dias em busca de informações sobre a doença", diz.
Tire suas dúvidas sobre a gripe A
Os documentos oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS) chamam a atenção para o fato de que, embora seja uma nova doença, o comportamento da gripe A, na prática, tem semelhanças muito grandes com da gripe comum. Seja do ponto de vista dos sinais, dos sintomas, da letalidade, do tratamento e das medidas de prevenção.
No entanto, muitas são as interrogações que os cidadãos trazem a respeito do vírus que tem matado pessoas mundo afora. Pensando nisso, o portal ACESSA.com selecionou as rpincipais dúvidas sobre a nova gripe e contou com a ajuda da coordenadora da Epidemiologia da Gerência Regional de Saúde, Lourdes Tavares, para romper com os mitos gerados pela falta de informação.
"O mais importante nesse momento é que se a pessoa tiver tosse e dor de garganta, procure um profissional de saúde." Segundo Lourdes, é fundamental ouvir a avaliação do médico e seguir o tratamento que ele orientar. Ela indica a página do Ministério da Saúde na internet para mais esclarecimentos sobre a doença.
ACESSA.com: Quais os principais sintomas da gripe A?
Lourdes: Tosse, febre acima de 38° C e/ou dor de garganta. Mas esses sintomas só se tornam suspeitas da nova gripe se tiver o vínculo com o grupo de risco, ou seja, se a pessoa tiver tido contato nos últimos sete dias com pessoas que vieram de áreas de risco (aquelas que têm caso suspeito ou confirmado).
ACESSA.com: Como se dá o contágio?
Lourdes: O contágio se dá de forma direta ou indireta. A forma direta é através do contato com as gotículas de água que saem dos espirros e da tosse das pessoas infectadas e que não se protegem ao realizarem essas ações. O contágio indireto se dá através do contato com maçanetas, mesas e qualquer superfície que o doente tenha manipulado após um espirro ou tosse. Além disso, não é aconselhável o compartilhamento de talheres, alimentos ou objeto de uso pessoal.
ACESSA.com: Quanto tempo o vírus dura vivo?
Lourdes: A informação mais recente que temos é que ele dura de 24h a 72h.
ACESSA.com: Álcool gel é útil para prevenir o contágio?
Lourdes: Sim, é muito útil quando as pessoas não podem lavar as mãos. Mas o melhor mesmo é lavar as mãos com água e sabão.
ACESSA.com: Qual o período de incubação do vírus Influenza H1N1?
Lourdes: Em média, são sete dias.
ACESSA.com: Quando tomar remédio?
Lourdes: O recomendável é usar medicamento no caso de síndrome gripal grave, com indicação médica, nas primeiras 48 horas.
ACESSA.com: De que forma o vírus entra no corpo?
Lourdes: Somos nós mesmos quem levamos o vírus para o nosso corpo. Ele entra através dos olhos, do nariz e da boca.
ACESSA.com: Esse vírus é letal?
Lourdes: A letalidade dele é semelhante à da gripe comum, em torno de 0,4%.
ACESSA.com: Mas os casos notificados de morte pelo H1N1 são muito maiores do que os da gripe sazonal...
Lourdes: Isso acontece porque os casos de gripe sazonal não são de notificação compulsória, logo, não são notícia.
ACESSA.com: A pessoa que teve o vírus e se curou fica imune?
Lourdes: A esse vírus, sim. Mas se houver uma mutação ela pode contrair a doença novamente.
ACESSA.com: O que faz o vírus quando provoca a morte? Tem algum sintoma específico?
Lourdes: Não. O que provoca a morte é a resposta imunológica do paciente. Existem alguns fatores que favorecem o agravamento do quadro como o caso dos imunodeficientes, ou seja, aqueles pacientes com Aids, diabetes, hipertensão ou algum outro tipo de doença crônica cuja cura depende do uso de medicamentos que enfraquecem o sistema imunológico.
ACESSA.com: Quais são os grupos de risco?
Lourdes: Crianças com menos de dois anos, que ainda não têm o sistema imunológico todo formado e os idosos, porque já têm comprometimento imunológico. A resistência ao vírus é menor.
ACESSA.com: Os asmáticos são mais suscetíveis ao vírus?
Lourdes: Não, eles são mais suscetíveis ao agravamento do vírus porque já têm comprometimento respiratório e a insuficiência respiratória é o primeiro sinal do agravamento da doença.
ACESSA.com: Existe algum grupo que esteja a salvo?
Lourdes: Não. Qualquer pessoa pode pegar a doença, mas uma alimentação saudável ajuda a deixar o organismo mais resistente.
ACESSA.com: A máscara é útil?
Lourdes: Só para a pessoa infectada e para profissionais da saúde. O uso da máscara pela pessoa saudável não garante que a pessoa fique protegida da influenza A (H1N1).
ACESSA.com: Tomar vitamina C ajuda a prevenir a gripe A?
Lourdes: Não.
ACESSA.com: Que medicamento não se deve tomar em caso de suspeita? Qual o risco da automedicação?
Lourdes: A aspirina. O único medicamento que combate o vírus é o Osetalmivir, mas o uso indiscriminado pode fazer com que o vírus fique resistente e aí não vai mais ter cura.
ACESSA.com: Há algum risco para o bebê caso uma mulher grávida contraia o vírus?
Lourdes: Ainda não tem nada comprovado a esse respeito. O vírus ainda é novo, mas é o caso de ter mais cautela.
ACESSA.com: Uma gripe sazonal pode se transformar numa gripe A?
Lourdes: A gripe sazonal não se transforma na gripe A (H1N1). São tipos de vírus diferentes. Ambos podem ter risco de agravamento como pneumonias, etc
ACESSA.com: Há algum risco de contágio ao ar livre?
Lourdes: Não. Só se a pessoa estiver tossindo ou espirrando sem as devidas precauções muito próxima da outra. O vírus não tem perna nem asas. Sendo assim, ele não se locomove livremente no ar. A característica de um vírus é estar dentro de uma célula. Só o contato com as gotículas contamina.
Aprenda a se prevenir da gripe A
Lave as mãos com água e sabão.
Ao tossir ou espirrar, não ponha as mãos na frente. Use o antebraço, cobrindo a boca com a parte da frente do cotovelo. Ou melhor ainda, cubra a boca com lenço de papel descartável e jogue o lenço no lixo imediatamente.
Evite ambientes fechados, com muita gente e pouco ventilado.
Não compartilhe alimentos ou objetos pessoais, copos, talheres, escovas de dente com ninguém, principalmente com pessoas vindas de áreas de risco.
Mantenha janelas abertas para ventilar o ambiente
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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