Kits de prevenção contra a gripe A chegam com atraso Material ainda não está disponível para as escolas da Zona da Mata. Em Minas Gerais, três mortes foram confirmadas
Subeditora
10/8/2009
Os kits de prevenção contra a gripe A chegaram com atraso à Superintendência Regional de Ensino. O material, contendo jornais, cartazes-alerta, adesivos de banheiro, cem máscaras e cem pares de luvas, deveria ter chegado até a última sexta-feira, dia 7 de agosto, mas só foi entregue na tarde desta segunda-feira, dia 10. Os kits destinados aos municípios da Zona Mata ainda não foram entregues. As escolas da rede estadual retomaram as aulas mesmo sem os artigos de prevenção.
Segundo a Superintendência, cerca de 50% dos diretores das instituições de Juiz de fora foram buscar os kits, quando souberam que já estavam disponíveis. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o material vai estar disponível nas escolas até meados desta semana.
Todas as escolas receberão também, durante a semana, recurso extra para aquisição de material de limpeza, higiene pessoal e álcool em gel. O investimento é de R$ 4 milhões e cada estabelecimento receberá entre R$ 500 e R$ 2 mil, de acordo com o número de alunos.
No primeiro dia de aula, a vice-diretora da Escola Estadual Delfim Moreira, Denize Maria Toledo, conta que duas meninas com sinais de gripe foram mandadas para a casa. "Elas estavam com febre e reclamavam de dores de cabeça."
Rede municipal recebe treinamento
Cerca de cem diretores dos colégios municipais da cidade receberam treinamento sobre como lidar com a Gripe A no ambiente escolar, nesta segunda-feira, dia 10. "O objetivo é que esses profissionais multipliquem as informações", afirma o subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Mattos Vieira. A partir dessa capacitação, os diretores devem convocar os professores e repassar as orientações. As aulas na rede municipal recomeçam nesta quarta-feira, dia 12. Vieira ressalta que as atividades serão retomadas, mas os pais devem ter a consciência de não mandarem seus filhos para a sala de aula, caso estejam com sintomas de gripe.
Entre as orientações passadas, estão a necessidade de cobrir nariz e boca com lenço de papel ao tossir ou espirrar, lavar bem as mãos com água e sabão, principalmente antes de comer e depois de usar sanitários. Mattos alerta para o perigo da automedicação. A prática pode mascarar os sintomas e retardar o diagnóstico, provocando riscos à saúde. Além disso, o vírus também pode ficar mais resistente. A pessoa que apresentar sintomas deve se hidratar com frequência, tomar dois litros de água por dia, evitando bebedouros. Os professores também receberam dicas de como desenvolver atividades lúdicas com as crianças, ensinando, por exemplo, técnicas corretas de lavar as mãos. Os profissionais devem ainda evitar formar as filas dos alunos de mãos dadas.
De acordo com a diretora da Escola Estadual Bom Pastor, Maria Inês Monteiro Ribeiro, todos os procedimentos necessários para a prevenção da doença estão sendo tomados. "Estamos preparando materiais para serem entregues aos alunos e vamos recebê-los com um vídeo. Como tudo é muito novo, estamos aprendendo ainda como lidar com a doença."
Nesta quinta-feira, 13, todas as escolas e creches municipais, juntamente com instituições filantrópicas conveniadas à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), vão receber sabonete líquido, suporte para o sabonete e toalhas de papel, para prevenir casos de contaminação.
Mobilização na UFJF
Nesta segunda-feira, 10, integrantes do Comitê de Monitoramento e Orientação de Conduta da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promoveram de duas apresentações para funcionários, professores, alunos e residentes, realizada no auditório do HU (Unidade Dom Bosco). Nesta terça e quarta, as palestras serão direcionadas para profissionais e alunos que atuam no CAS.
A comissão realiza na quinta-feira, 13 de agosto, uma reunião para avaliar as medidas adotadas na instituição a fim de evitar a proliferação do vírus H1N1 e discutir uma data para retorno das atividades acadêmicas. Por enquanto, o reinício das aulas e a realização do concurso para técnico-administrativos continuam suspensos.
População em alerta
A preocupação dos juizforanos em relação à nova gripe pode ser percebida nas ruas. Desde sexta-feira, dia 7 de agosto, a auxiliar de escritório Paola Azevedo mudou a rotina e passou a andar de máscara. "Trabalho muito em ambientes fechados, por isso adotei a máscara. As pessoas na rua estranham, ficam me olhando, mas não me incomodo. Estou utilizando também álcool em gel nas mãos."
A recepcionista atendente, Ana Paula Lima de Assis, comprou álcool em gel e está evitando lugares com aglomerações. "No final de semana, queria sair, mas como a maioria dos lugares onde gosto de ir é fechada, acabei desistindo."
Minas Gerais confirma três óbitos pela nova gripe
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou, nesta segunda-feira (10), os três primeiros casos de morte em decorrência da nova gripe no Estado. Os óbitos ocorreram entre 27 de julho e 5 de agosto.
Uma mulher de 25 anos morreu em Betim, em 27 de julho. Em Pouso Alegre, a vítima foi uma mulher de 44 anos, que faleceu em 30 de julho. Em Ipatinga, um homem de 54 anos morreu em 5 de agosto. Dez mortes com suspeita da doença estão sendo investigadas.
Ao todo, Minas Gerais registra 548 casos suspeitos e 171 casos confirmados de Influenza A. Há 305 descartados. Em Juiz de Fora, a Secretaria Municipal de Saúde (SS) contabiliza 21 casos suspeitos da nova gripe, internados. Desses, cinco estão em estado grave. Um deles no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Pronto Socorro (HPS), um no CTI do Hospital Monte Sinal e três no CTI do Hospital João Penido, onde uma mulher de 48 anos apresentou agravamento da doença. Vinte e cinco pessoas esperam pelo resultado dos exames.Disque-gripe suína recebe cerca de 30 ligações por dia em JF
A Secretaria Municipal de Saúde atende cerca de 30 ligações por dia desde que disponibilizou, há cerca de um mês, dois números de telefone para quem deseja receber orientações sobre a Influenza A (H1N1): (32) 3690-7509 e 3690-7000.
As dúvidas mais frequentes são sobre as formas de contágio e sobre os números de casos confirmados na cidade. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Mattos Vieira, o número de ligações reflete a demanda da população por informação sobre a doença. "Estamos avaliando a possibilidade de levar esse serviço para o JF Informação, pois lá há mais estrutura." Quem é de fora da cidade e tiver dúvidas sobre a doença, pode ligar para o disque-epidemiologia do Estado, pelo número 0800-283 22 55.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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