Cadastrados para doar medula ?ssea dobra em dois anos

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Cadastrados para doar medula óssea dobra em dois anos Campanhas de conscientização ajudam a explicar o aumento de pessoas interessadas em doar. Hemocentro de JF busca doadores onde quer que estejam

Pablo Cordeiro
*Colaboração
4/2/2010

Em dois anos, o número de cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) aumentou de 13 mil para 26 mil, em Juiz de Fora.  O crescente interesse é explicado pelas campanhas de conscientização, que informam quanto aos métodos e riscos do transplante, ou melhor, falta de riscos. "Não há perigo na realização do transplante e muito menos em integrar o cadastro do Redome. Mais de 90% das pessoas que vão ao hemocentro já estão decididas a fazer a doação", explica o membro da equipe de captação de doadores de sangue e medula óssea do Hemocentro de Juiz de Fora, Rosani Martins (última foto da galeria).

O primeiro passo é fazer a coleta de sangue para que os dados sejam enviados para o Redome. De cinco a dez miligramas são captados e este registro é feito apenas uma vez na vida. O procedimento dura apenas cinco minutos. Através do Redome, os dados de hemocentros, empresas e lideranças sociais interessadas na causa são compartilhados em todo território nacional.

Após ser identificada a compatibilidade, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) ou o hemocentro local entra em contato com o doador e questiona se ele tem interesse em doar. Rosani ressalta que a chance de compatibilidade entre os envolvidos é pequena. "A chance é uma em um milhão. O transplante só é possível após 16 combinações entre paciente e doador."

Depois de constatada a compatibilidade, a pessoa vai ao hemocentro e uma segunda amostra de sangue é colhida. Só então o doador é convocado para alguma cidade designada pelo Inca para fazer o transplante. "Mesmo que tenha feito a captação inicial, a pessoa não é obrigada a doar." O procedimento é restrito a pessoas de 18 a 55 anos.

Procedimento médico

Apenas 10% da medula óssea é doada para o paciente, que tem a sua toda substituída. A recuperação da medula transplantada demora de 10 a 15 dias. As únicas formas de ter o processo impedido são doenças infecciosas transmitidas pelo sangue e alguns tipos de anemias graves.

Há dois métodos de transplante. Um, conhecido como aférese, é semelhante a uma hemodiálise. Neste, os 10% da medula são filtrados por uma máquina e a duração do processo é aproximadamente 3h. O outro é um procedimento cirúrgico aplicado diretamente no osso da bacia. A duração é de no máximo 90 minutos e a pessoa recebe alta no dia seguinte, por causa da necessidade de anestesia geral.  

Sem medo de ser feliz

A ACESSA.com promoveu uma campanha que incluiu mais 18 doadores no cadastro nacional. A ação foi organizada pela recepcionista/atendente Ana Paula Assis, que já conhecia o procedimento de doação através de pesquisas e conversas com amigos. Ela conta que no início apenas três pessoas iam doar, mas com a movimentação na empresa e com a palestra proferida pelo Hemocentro de Juiz de Fora mais funcionários resolveram participar. "Fico muito satisfeita pela doação. Se for compatível, estarei mais feliz que o próprio paciente. É como se tivesse dando uma nova vida."

O clima de solidariedade também foi o principal incentivo para a diretora administrativa da empresa, Patrícia Faria, perder o medo e fazer a captação. "Tinha medo do procedimento antes de conhecê-lo. Recebi informações de um garoto de 19 anos com leucemia que faleceu por não ter encontrado doador. Se for para salvar, a gente cria coragem", orgulha-se.

Para o analista de suporte Adriano Silva Almeida a ajuda teve um significado maior, já que vivenciou a necessidade de medula óssea na família. "O marido da minha prima faleceu por causa da leucemia. Ele ficou seis meses procurando doadores em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. É gratificante saber que a gente pode ajudar. Amanhã ou depois pode ser sua mãe, seu pai. Se ninguém ajudar, não vamos para frente", destaca. O Hemocentro organiza equipes para visitas através dos telefones (32) 3257-3113 e (32) 3257-3117.

Unidos pela vida

Na próxima segunda-feira, 8 de fevereiro, às 11h, o bloco carnavalesco do Hemominas Juiz de fora, "Unidos pela Vida", se concentra no Parque Halfeld. Com o objetivo de difundir a importância da doação sanguínea, principalmente antes do Carnaval, o bloco desce a rua Halfeld até a Praça João Pessoa, s/nº. É a segunda vez que o bloco sai. 

Seja solidário agora

(Bloco Unidos pela Vida - Hemominas)

Interprete: Zezé do Pandeiro
Compositor: Genecir Passista, José Ricardo e Marquinho

Harmonia: Wellington

Os textos são revisados por Madalena Fernandes