Chegada do outono e mudança de temperatura aumentam casos de conjuntivite em até 20%
Chegada do outono e mudança de temperatura aumentam casos de conjuntivite em até 20%Tratamento incorreto da conjuntivite pode causar alterações oculares, glaucoma e até perfuração ocular. Entre os sintomas estão coceira, vermelhidão e ardência
*Colaboração
30/3/2011
Com a mudança de temperatura e a chegada do outono, o número de atendimentos envolvendo casos de conjuntivite pode aumentar de 15% a 20%, em comparação com outros períodos do ano, segundo o oftalmologista Luciano Arantes. Ele alerta para os cuidados com a doença que, se não tratada corretamente, pode causar lesões mais graves nos olhos.
Um dos fatores para o crescimento de casos de conjuntivite durante essa época do ano é o aumento da poeira, causado pela queda nas temperaturas e na umidade do ar. Arantes explica que, de acordo com a temperatura, a proliferação da doença torna-se mais fácil. "A temperatura menor facilita".
Segundo ele, o acréscimo de atendimentos no consultório já foi identificado nos últimos 15 dias. No entanto, o médico explica que o quadro não representa um surto de conjuntivite. "É comum esse aumento, em todos os anos. Por isso, não caracterizamos um quadro de epidemia", comenta.
Tipos de Conjuntivite
O oftalmologista aponta que 90% dos casos atendidos em consultório são de conjuntivite viral. Além dela, existem as que são causadas por bactérias, por fungo, por contaminação com produto químico, trauma ocular e queimaduras. A conjuntivite causada por contato com agente químico, pó ou perfume, provoca vermelhidão e coceira, mas não é transmitida por contato. As virais, que representam o maior índice, são as causas de epidemias, pois são transmitidas pelas mãos, por toalhas, cosméticos, uso prolongado de lentes de contato, entre outros.
Sintomas
Segundo Arantes, a conjuntivite é uma inflamação de uma membrana, na parte externa do olho, chamada membrana conjuntiva. A película é transparente e fina, e reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras, incluindo a parte branca do olho. A membrana é responsável por produzir muco para cobrir e lubrificar o olho. O oftalmologista explica que essa inflamação pode causar ardência, fotofobia, dificuldade na claridade e lacrimejamento. "Esses são os principais sintomas da doença."
Prevenção
Para prevenir a conjuntivite, Arantes orienta a população a evitar o contato com pessoas contaminadas. "Devem evitar entrar em ambientes fechados, que tenham alguém contaminado. Locais de muita aglomeração também não são aconselháveis. Esses ambientes promovem mais possibilidade de contaminação", explica. O oftalmologista alerta para locais de uso coletivo, como piscinas, praias, saunas, boates, entre outros. "Se o local não é conhecido, evite compartilhar. A água, objetos e ambientes podem estar contaminados."
Cuidados
De acordo com Arantes, em casos de contaminação, o ideal é separar objetos pessoais, como toalhas, roupas de cama e maquiagem. "Tudo deve ser separado e usado, exclusivamente, pela pessoa com conjuntivite e, depois, higienizado." Além disso, o médico afirma a importância da medicação correta. "O profissional adequado deve ser procurado com o surgimento de qualquer sintoma. A automedicação pode causar lesões posteriores. Uma simples conjuntivite pode esconder um problema maior." Arantes afirma que o tratamento incorreto da conjuntivite pode causar alterações oculares, glaucoma e até perfuração ocular.
*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá
Os textos são revisados por Thaísa Hosken