Harmonia, amor, gratidão e alegria
Estes são alguns preceitos difundidos na filosofia japonesa Seicho-No-Iê
Harmonia, alegria, amor, automotivação, visão do lado positivo dos acontecimentos, gratidão aos pais e a crença de que todos os seres humanos são filhos de Deus. Estes são apenas alguns dos preceitos de uma filosofia japonesa que transmite ensinamentos pelo mundo desde 1934: o Seicho-No-Iê. "Quem participa do Seicho-No-Iê trabalha com o pensamento positivo na prática, participa de seminários e da associação local. Acreditamos na melhoria pessoal, familiar, profissional e espiritual através da conscientização de que o homem é filho de Deus", conta Marlene Caramuru, preletora de nível sênior de Blumenau, que na última quarta-feira esteve na sede gasparense para uma palestra.
Todas as quartas-feiras, os seguidores desta filosofia se reúnem na sede da associação da cidade para palestras, encontros e conversas. Os que desejam contar as mudanças que a filosofia trouxe para sua vida, vão a tribuna e começam seu depoimento com as frases. "Boa noite. Muito obrigado". "Nós reverenciamos a tudo. Deus, os pais, os professores, a natureza e os outros seres humanos. O Seicho-No-Iê é uma filosofia de gratidão,amor e alegria, que incita o pensamento positivo", conta Teresa da Costa, presidente da associação em Gaspar. Há, na sede, um espaço em que as crianças conhecem os preceitos do Seicho-No-Iê enquanto seus pais estão no encontro.
O movimento filosófico surgiu em 1930 no Japão e foi criado pelo professor Masaharu Taniguchi, que recebeu a Revelação Divina da Grande Harmonia. Ele escreveu então a sutra sagrada, que traz as revelações que teve sob inspiração divina. "O livro contém palavras da verdade, as pessoas leem e realizam mudanças em sua vida. O Seicho-No-Iê não faz milagres, ele traz mudanças à vida de seus praticantes", destaca Marlene.
Ela lembra que a filosofia não teve origem em nenhuma religião, ela veio para tratar de algumas paradigmas. Na Grande Harmonia há a revelação de que o pecado, a morte e a doença não existem: a doença seria um reflexo de sentimentos ou pensamentos negativos ou ainda de uma mágoa e a morte não existe pois, segundo a revelação, a alma é imortal. "Grandes livros de autoajuda da atualidade pregam práticas de que o professor Masaharu Taniguchi já falava na década de 30, como a cura através da alegria, a prática do riso e o pensamento positivo", conta a palestrante desta semana.
A filosofia não conta apenas com um livro sagrado, possui uma extensa biblioteca de livros que tratam dos mais diversos assuntos. Um exemplo é o livro "Todos podem ter sucesso", escrito por Katsumi Tokuhisa, em que o autor afirma que não são condutas exteriores que irão determinar o sucesso e trabalha a automotivação, a alegria, a gratidão aos pais, a confiança em si mesmo e na ligação com Deus. "Todos os nossos livros são escritos com inspiração divina", garante Marlene.
Práticas
Todos os homens e mulheres que participam do movimento filosófico do Seicho-No-Iê realizam três práticas: a meditação Shinsokan (um momento de conversa com Deus para exteriorar a capacidade adormecida da pessoa); a leitura da sutra sagrada e dos livros sagrados; e os atos de amor ao próximo em que a pessoa realiza ações que sejam úteis à comunidade em que vive. A filosofia trabalha ainda com os cinco desejos que devem ser fundamentais ao ser humano: ser livre, elogiado, últi, amado e reconhecido.