Meditação - Autoconhecimento
Meditação - Autoconhecimento
Quem ora conversa com Deus!
Quem medita escuta a resposta!
Gostava de sentar a beira de um regato, na entrada de uma mata, fazer silêncio. Ora de olhos abertos, ora de olhos fechados, entrar em sintonia com o ambiente, ouvir o som das águas no murmurar por entre as pedras, ouvir o vento a dançar por entre a folhagem e a estalar os bambuzais, ouvir os sons produzidos pelos pássaros, grilos, sapos e outros habitantes da região rural.
Outras vezes, era no recolhimento das orações, no ambiente do quarto, ou nas atividades religiosas.
Somente anos mais tarde, depois do meu encontro com Sri Maha Krishna Swami, meu preceptor e mestre nos caminhos da Maha-Yoga, é que fui aprender e tomar contato com a meditação nos moldes das culturas da Índia, do Tibet, da China e outros países do Oriente.
Sentar em postura de Lótus, coluna ereta, respiração abdominal, eu já conhecia desde a infância, pois aprendi a tocar clarineta e a usar este modelo respiratório, entoar mantras e fazer silêncio. Rcolhimento passou a ser algo natural e sempre presente em minha vida.
Depois de um longo período de treinamento, sob a orientação direta do olhar de Swami Maha Krisna, após as iniciações e graduações correspondentes, fui autorizado a passar adiante este conhecimento, a ensinar, a compartilhar as lições apreendidas nos caminhos da meditação silenciosa.
Ensinando a meditar
Há cerca de 30 anos ministramos Cursos, Palestras, Workshops e Retiros de treinamentos práticos e teóricos sobre meditação.
Ensinamos aqueles que buscam esta extraordinária experiência, que meditar é estar consigo mesmo alguns minutos por dia. Portanto, não está fora do alcance do cidadão normal e não é nada de extraordinário.
Assim, a prática da meditação não requer esforço algum e, na verdade, só pode ser feita com bons resultados. Querer forçar a nossa mente a adotar um estado meditativo é tão inútil quanto pretender empurrar um carro enquanto estamos dentro dele.
Somos o saldo de séculos, milênios de evolução espiritual, cada um de nós é um resumo do universo inteiro. O estado natural da mente humana inclui a possibilidade de ver ou perceber a essência de todas as coisas ao mesmo tempo.
Ensinamos que quando isto acontece, atingimos progressivamente estados de aquietação diferentes, progressivos, geradores de sensações muito agradáveis e pacificadoras. E citamos o exemplo dos grandes meditadores de diversos caminhos, que alcançaram até mesmo o êxtase, o samadhi, o satori.
O que nos impede de alcançar estados de tranquilidade meditativa
Por isto, lembramos que todos podem e devem aprender a meditar, e que só não alcançamos ainda, com facilidade este estado natural porque ficamos presos a mensagens dos cinco sentidos físicos, que são registradas, organizadas e catalogadas a cada segundo em nossa mente em função de lembranças do passado e antecipações do futuro.
Uma expressiva parcela da humanidade fica presa a este estado de "diálogo interior" ou "self talking", nos chamados planos inferiores de consciência, onde obedecemos a um jogo de opiniões e desejos, simpatias, antipatias, atrações, repulsões, e nos comportamos como se fôssemos o centro do universo.
- Meditar é sair deste círculo vicioso;
- É abrir a janela e respirar ar puro;
- É perceber o espaço livre entre um pensamento e outro.
Explicamos a cada aluno, a cada praticante, que experenciar a meditação não consiste em trancar no armário as nossas emoções e idéias, mas em perceber, observar e compreender tudo o que existe dentro e fora de nós.
Meditar esperando resultados é contra-mão
Para quem chega aos nossos treinamentos, em nossas aulas e práticas regulares, inicialmente pode parecer estranho, mas para meditar com eficácia é necessário deixar de lado toda ideia pré-concebida sobre eficácia na meditação.
Apresentamos que o primeiro passo é se sentar em uma cadeira ou almofada zafú , com a coluna ereta, em local tão silencioso quanto possível, bem arejado, e respirar ampla e calmamente.
Podemos então observar o desfile de pensamentos e sentimentos como se fossem nuvens no céu, empurradas pelo vento da alma. Não importa se as nuvens são claras ou escuras nem se os pensamentos vêm carregados de paz ou de ansiedades.
Interessa o céu inteiro da nossa mente, e não o espetáculo passageiro que desfila por ele. Na verdade, os pensamentos passam no ar com nuvens ocultando a luz do sol interno que é o eu superior. Perceber pacientemente, a passagem dos pensamentos leva gradualmente a um céu limpo e sem nuvens, onde o sol brilha e a meditação flui.
Números são as escolas e métodos de meditar
Conhecemos um extraordinário número de escolas e maneiras de praticar meditação, todas válidas e oferecendo resultados positivos aos seus praticantes.
Explicamos a cada um que se interessa por estas práticas, que em verdade nem uma só pessoa consegue fazer a mesma meditação duas vezes.
A cada tentativa, a cada tempo dedicado, a cada experiência que se permita, a cada dia, a meditação é diferente. Ela não é um processo estático, morto nem um ritual sequencial, mecânico. Nada tem a ver com a mera paralisação do cérebro físico em torno de uma imagem congelada, por meio da força de vontade ou repetição de palavras.
Uma das primeiras frases que digo, quando ministro um Treinamento ou um Curso de Meditação, é que não acredito na existência de uma técnica única que seja igualmente eficaz para as pessoas de todas as idades, temperamentos ou culturas.
Quando um aprendiz da verdade tenta meditar e não consegue, o fracasso não é dele, mas da técnica usada. O único fracasso é não tentar, mas tentar significa ter uma atitude experimental, obedecendo a certos princípios básicos e sendo livre para caminhar com as próprias pernas.
Benefícios acontecem, sim
Assim, meditamos por meditar, para aprender a fazer silêncio, para mudarmos de ambiente e de frequência, dentro do nosso mundo íntimo.
Para uns os benefícios podem ser semelhantes ao de quem desabafa no divã de um analista. Mas para a grande maioria são até maiores. É possível conhecer que temos em nossa mente camadas de consciência que os recursos intelectuais não acessam; a meditação vai além do território chamado analítico.
Meditar pode ser sentado, pode ser em movimentos leves e suaves como no Tai-Chi-Chuan, podem ser usadas técnicas e recursos como danças circulares, danças de concentração, práticas corporais, contato com a natureza e até visualização.
Tem sido pesquisado e comprovado que meditar é um instrumento potente para harmonizar as nossas diferentes dimensões:
- a corpórea-sensória;
- a afetiva-emocional;
- a intelectual-racional;
- a intuitiva-imaginativa;
- a imaginação.
Pessoalmente, damos preferência a meditação silenciosa, onde o contato com o próprio íntimo amplia o autoconhecimento e revigora a disposição.
A alegria de praticar e compartilhar
Fomos pioneiro em Juiz de Fora e na Zona da Mata, quando há 30 anos trouxemos para esta cidade o Centro de Cultura Oriente Ocidente, e temos em nossa história, a alegria de ter podido compartilhar com milhares de pessoas estas práticas naturais, alternativas e holísticas de ver e sentir saúde com qualidade de vida, ao alcance de qualquer pessoa que resolva abrir espaço em sua agenda para o autoconhecimento.
Agradecendo pois, a todos os que passaram pelo nosso caminho de aprendizado, lembramos que meditar faz parte de um trabalho de autoconstrução e nada tem a ver com supostos poderes extraordinários ou ilusões de auto-importância.
Trata apenas de desenvolver uma amizade mais profunda com nosso eu superior, em função de um projeto de evolução em direção à luz. É morrer para a agitação superficial, de modo que possamos renascer em uma dimensão mais elevada da vida.
Com sinceros votos de muita paz a tudo e a todos, ficamos à disposição para responder e esclarecer pontos relacionados a este tema. Quer saber mais? Entre em contato conosco, pois as informações são muitas, mas o espaço do artigo é limitado. Aguardamos seu e-mail.
Encerramos com saudações holísticas!
Armando Falconi Filho
é Terapeuta Holístico, Escritor, Consultor, Conferencista
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