Leon Cleveland Leon Cleveland 29/09/2015

Console Wars: Idiotice Pura

Não existe forma gentil de dizer isso: Existe muita idiotice no Planeta Videogame. A defesa de algo que gostamos é algo natural, ao meu ponto de vista (especialmente quando esse algo que gostamos é marginalizado pelas esferas “superioras” da sociedade). Com o perdão do chavão que vem agora, tudo na vida precisa – muito – de limites. Inclusive defender aquilo que a gente gosta. Ou pelo menos a intensidade e com quem fazemos isso.

O problema é toda a situação ridícula que os Console Wars geram. Console Wars? Temos duas formas de explicar: A legal e a bem realista.

A legal: Console Wars é o debate acalorado entre dois ou mais defensores de marcas opostas de Games, mostrando os pontos em que um sobrepuja o outro, de modo a provar a superioridade de uma das marcas envolvidas.

A bem realista: Um monte de babaca discutindo quem é melhor numa situação onde o gosto impera.

As console wars são guerras mesmo. Batalhas onde os defensores combatem, diariamente, em nome da sua empresa favorita. Vemos criadores e formadores de opinião usando esse poder maravilhoso que eles possuem para deturpar a beleza do livre comércio da competição, sejam YouTubers, criadores de conteúdo de páginas do Facebook e até mesmo jornalistas jogando lenha numa fogueira que é tão necessária quanto ar condicionado no inverno do Norte do Canadá.

Veja bem: Uma coisa é discutir e brincar num grupo de amigos onde todos aceitam e brincam dessa forma. Isso é até saudável e muito divertido. Uma outra coisa é a incrível capacidade que o ser humano tem para ser idiota achando que está fazendo a coisa certa.

Páginas do Facebook que se dizem de "zoeira”, como Xbox Mil Grau, Lar do Playstation e tantas outras promovem uma verdadeira festa de idiotices elevadas ao grau mais “HURRDURR” que eu já vi, exercendo um papel misto de vanguarda, com ataques e ofensas pessoais, xingamentos e até mesmo vídeos (GENTE, VIDEOS) com o objetivo de denegrir os rivais, e de generais, articulando e movendo milhares de pões para micro ataques de guerrilha. Tudo que NÃO enaltece o seu console, sua empresa do coração. Síndrome do torcedor fanático, né? Prefere atacar o time rival ao invés de torcer para que o seu melhore.

E se eu dissesse que sua empresa favorita pouco se importa com as guerras? E se eu dissesse para você que você está sendo um completo otário ao ficar caçando briga na internet por causa disso? Você se surpreenderia? Pois é. A verdade é essa. Ou você seriamente achou que com ofensas gratuitas ao que outra pessoa gosta você fez sua empresa vender mais unidades do console dela ou daquele game exclusivos? Você pode, dentro da sua mente idiota, achar que está fazendo bem, mas está apenas sendo como sua mente: idiota.

E o que você ganha com isso? Satisfação pessoal? Pode até ser, mas eu tenho sérias dificuldades para imaginar pessoas que se sintam satisfeitas atacando o gosto pessoal daqueles que discordam de você. É meio psicopático, se você para pensar um pouco. Eu me lembro de um certo general austríaco que pensava exatamente assim...

Mas eu sei que minhas palavras não vão adiantar de porcaria nenhuma, né? Por isso a minha sugestão aqui é para que vocês leiam A Arte da Guerra, de Sun Tzu. É quase um manual de como batalhar guerras, escrito a muitos anos antes de Jesus Cristo pensar em ser pregado numa cruz porque, para variar, disse que as pessoas deveriam ser legais umas com as outras. Mas como eu duvido muito que vocês sequer leiam as três primeiras páginas, separei alguns trechos que caem como luvas nessa porcaria de guerra que vocês tanto insistem em manter.

Dica 1:

Aquele que sabe quando deve lutar e quando não deve lutar, será o vitorioso”

É simples, né? Dar porrada quando tem que dar e não sair por aí atacando de graça...

Dica 2:

Para conhecer o seu inimigo, você deve se tornar o seu inimigo”

Essa é uma pegadinha, com múltiplas interpretações. Você tem que se superar, mas, Sun Tzu era um cara que batia muito na tecla de que um bom general (nesse caso, dono de página bobona do Facebook) deve conhecer seu inimigo tão bem quanto a si mesmo e, graças a esse conhecimento, você poderia ganhar uma batalha. Então, faça isso: compre o console rival antes de vomitar pensamentos aberrantes.

Dica 3:

Um soberano jamais deve colocar em ação um exército motivado pela raiva; um líder jamais deve iniciar uma guerra motivado pela ira”

Preciso explicar algo? Ódio e Ira, são as motivações principais dessas páginas no Facebook. Elas pouco se concentram no que realmente importa ou, pior, se concentram mais em gerar ódio por parte de cada um dos seus e menos na real motivação da guerra. Adianta você ficar postando ataques pessoais e ofensas só porque você fica bravinho com o péssimo rendimento do seu console/sua empresa? Você apenas se mostra em posse de extremos níveis de retardo intelectual agindo dessa forma.

Dica 4:

Se não é vantajoso, nunca envie suas tropas; se não lhe rende ganhos, nunca utilize seus homens; se não é uma situação perigosa, nunca lute uma batalha precipitada”

Essa é a segunda mais importante dica. Se você não vê vantagem, se não está te rendendo absolutamente nada (financeiramente falando) e se você se expõe de uma forma ridícula, você não tem que lutar. As console wars são vantajosas e lucrativas para sua empresa? Não. Adianta você tentar chover no molhado e falar que metascore não é importante (quando você mesmo fala disso o tempo inteiro) só porque o console/empresa rival teve um desempenho melhor que o seu? Não.

Então por que raios você insiste nisso?

Última (e mais importante) dica:

A suprema Arte da Guerra é subjugar o seu inimigo sem lutar”

Uma boa tradução para isso seria: “tapa de luvas”. Mas é bem autoexplicativo: ganhar sem ter que lutar é a maior vitória de todas. Sabe aquele jogo que o Metascore surpreendeu e deixou você, dono da página rival, de boca aberta? Pois é, o teu adversário simplesmente venceu sem fazer nenhum esforço. Então faça o mesmo, seu mané.

Chega de agir como pessoas desinteligentes. Chega de ser estúpido. Joguem mais e lutem menos.


Leon Cleveland é formado em Comunicação Social pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. É fã de desenhos animados, mitologias, heavy metal, culinária, gastronomia, bacon e é completamente apaixonado por games. Tão apaixonado que sua Tese de Conclusão de Curso foi "O uso da Linguagem Cinematográfica nos Games". Já escreveu para várias publicações, analógicas e digitais, sobre o assunto e planeja se especializar na recente área de "Crítica de Videogames"

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