Pok?mon Go: app gera movimentação e estimula com?rcio no Parque Halfeld

Desde a semana passada, quem passa pelo Parque Halfeld no final da tarde pode observar uma paisagem inusitada. Dezenas de pessoas, a maioria jovens estudantes, transitam em ziguezague pelo cora??o da cidade, apontando celulares em todas as dire?es e comemorando em ?xtase com os amigos. Trata-se do aplicativo que virou febre mundial e atingiu 100 milh?es de downloads menos de 40 dias ap?s seu lan?amento: Pok?mon Go, o jogo que propicia ao usu?rio a experi?ncia de capturar e treinar Pok?mons em qualquer lugar do planeta.

Lan?ado no Brasil no dia 03 de agosto, o jogo requer que os usu?rios (?treinadores? ou ?mestres?) se desloquem pela cidade ? procura de Pok?mons, tendo como refer?ncia na tela do celular um mapa gerado por GPS. No Parque Halfeld, o fen?meno tomou propor?es inusitadas, transformando-se num verdadeiro centro de encontro para os treinadores e gerando intensa movimenta??o, mesmo ? noite ou aos domingos.

O estudante Iago Roux, 22, ? um dos entusiastas do Pok?mon Go que frequentam o parque. ?Comecei a jogar no dia em que saiu?, relata. ?Na segunda-feira, cheguei aqui por volta das 13h30 e fui embora depois das 22h?. Ele conta que come?ou recentemente a batalhar pela lideran?a dos gin?sios ? locais espec?ficos onde os jogadores enfrentam Pok?mons de alto n?vel em busca do t?tulo. Acompanhado do tamb?m estudante Carlos Min?, 21, Iago tamb?m observa a facilidade de se conhecer novas pessoas atrav?s do jogo. ?Nunca fiz tanta amizade em t?o pouco tempo, nem em porta de balada?, brinca. ?Conheci o Carlos ontem, hoje a gente marcou e j? estamos aqui jogando h? tr?s horas?.

Com?rcio

A intensifica??o do fluxo de pessoas no Parque Halfeld em hor?rios antes desertos fortalece o com?rcio local. O balconista Rodolfo de Paula, 33, trabalha numa sorveteria no parque e j? percebeu o aumento das vendas. ?Estamos vendendo em m?dia seis vezes mais do que o normal dessa ?poca, que costuma fazer frio?, relata. ?Domingo foi o dia mais cheio. Fiquei aqui de 9h30 ?s 18h30 e devem ter passado umas mil pessoas por aqui, n?o dava nem pra andar direito?. Jane Florentino, funcion?ria de outra sorveteria no local, explica que o estabelecimento come?ou a alugar tomadas para que os jogadores recarreguem seus celulares. ?No s?bado, veio tanta gente pedindo pra usar as tomadas que come?amos a cobrar?, conta. ?O com?rcio aqui melhorou muito, o movimento triplicou de sexta-feira pra c?.

A concentra??o de treinadores tamb?m abriu espa?o para iniciativas independentes. O casal de estudantes Lucas Carrilho, 21, e La?s de Godoi, 19, aproveitou a oportunidade para vender cupcakes em formato de pok?bolas (o item mais comum do jogo) no parque. A id?ia surgiu ap?s ambos passarem um final de semana jogando no local e observarem a demanda do com?rcio. ?Viemos no s?bado e no domingo e tava muito cheio, e a gente reparou que n?o tinha nada aberto pro pessoal comer, s? barraquinha de sorvete e pipoca?, explica La?s. ?Minha m?e j? fazia cupcakes, e resolvemos aproveitar pra fazer algo diferente?. A previs?o, segundo Lucas, ? aumentar as vendas no final de semana. ?Come?amos a vender hoje, trouxemos vinte e poucos s? pra testar. Vendemos tudo rapidinho, antes mesmo do hor?rio mais movimentado?, comemora.

Socializa??o

Lucas ? tamb?m criador de um grupo local sobre Pok?mon Go no Facebook. A oportunidade de encontrar e interagir com outros treinadores ? uma caracter?stica ressaltada por diversos usu?rios. ?Criei o grupo antes do lan?amento do jogo, tinha uns 200 membros, foi pra 700 logo ap?s lan?ar?, explica ele. ?Muita gente que costuma ter problemas em conversar com pessoas estranhas hoje est? aqui, socializando.? Por todas as partes, pode-se encontrar grupos de jogadores rec?m-conhecidos conversando e rindo como velhos amigos. N?o h? competi??o direta entre os usu?rios pela captura de Pok?mons; as criaturas aparecem universalmente no mapa e podem ser capturadas por todos. ?Acho que nada uniu tanto as pessoas da nossa gera??o como esse jogo?, comenta o estudante Luis Serrato, 19. ?Voc? encontra o pessoal mais nerd, outros que s?o mais baladeiros, todos interagindo e jogando juntos?.

Na opini?o do estudante universit?rio Yuri Toledo, 20, a coopera??o entre os jogadores ? um elemento importante para a socializa??o entre eles. ?Voc? v? um treinador novato, que ainda n?o sabe jogar bem, e de repente chegam jogadores mais experientes e ajudam a ensinar?, comenta. Para ele, a s?bita expans?o do fluxo de jogadores tamb?m contribui para a melhoria da seguran?a na ?rea. ?Passei por aqui essa semana umas 22h, 23h, e estava lotado. Isso faz com que as pessoas se sintam mais seguras. Antes, era dif?cil frequentar o Parque Halfeld num dia qualquer ? noite, ainda mais com o celular vis?vel o tempo todo. Hoje, isso j? ? poss?vel?, ressalta.