Lei da ANTT continua gerando pol?mica em JF Abaixo-assinado j? foi entregue ? ANTT. ?rg?o diz que est? apenas cumprindo a lei, mas passageiros continuam descontentes
Rep?rter
06/11/2008
A proibi??o das paradas de ?nibus interestaduais nos pontos urbanos de Juiz de Fora ainda desagrada boa parte dos usu?rios que dependem desse servi?o. Desde o dia 10 de outubro deste ano, quem quiser embarcar e desembarcar nas viagens para cidades de outros estados tem que ir at? o Terminal Rodovi?rio Miguel Mansur.
A antrop?loga e professora Ana Am?lia Brasileiro utiliza o servi?o de uma empresa de ?nibus que faz a linha Juiz de Fora / Rio de Janeiro. Para ela, a proibi??o de paradas no centro n?o tem fundamento.
"Dizem que prejudica o tr?nsito, mas acho a maior balela. S? sei que gasto mais tempo e mais dinheiro com t?xi. Antes o ?nibus parava quase em frente ao meu pr?dio. O ?nibus da rodovi?ria demora s?culos para sair"
, diz.
Quem utiliza o mesmo trajeto quase que semanalmente e tamb?m est? insatisfeita ? a produtora cultural Marcela Casarin. Ela ressalta que o fato de pegar o ?nibus no seu pr?prio bairro era uma grande facilidade.
"? um transtorno para quem precisa viajar constantemente, principalmente para
quem mora longe da rodovi?ria. Eu, que moro no Cascatinha, geralmente tenho que gastar uma m?dia de R$ 25 de t?xi da minha casa at? a rodovi?ria. Antes o ?nibus me deixava a alguns minutos de casa. Essa medida s? favorece mesmo aos taxistas"
, reclama.
Com trajeto diferente, mas n?o menos insatisfeito, est? o estudante de publicidade
Fernando Pessoa (foto ao lado). O tempo de viagem entre Juiz de Fora e
Tr?s Rios aumentou cerca de 30 minutos. "Al?m de gastar o tempo da viagem, acabo demorando mais
para chegar na rodovi?ria"
, alega.
O estudante lembra, ainda, que o embarque na rodovi?ria conta com o custo da taxa de embarque, que pode variar de R$ 0,40 a R$ 2,90, de acordo com o destino.
A rotina da estudante de comunica??o, Amanda Gastaldel, teve de mudar com a proibi??o das paradas. Acostumada a voltar de Petr?polis na segunda-feira de manh? e ainda chegar a tempo para as aulas na UFJF, Amanda tem que antecipar a volta a Juiz de Fora para o domingo.
"Dessa forma, muitas vezes eu prefiro ficar em Juiz de Fora para n?o ter tanto trabalho de pegar o ?nibus e ficar pouco tempo na minha cidade"
, lamenta.
Sobre a poss?vel vantagem de se livrar do tr?nsito que o ?nibus interestaduais tinham que enfrentar quando passavam por dentro da cidade, a estudante acredita que o novo trajeto n?o ? t?o vantajoso assim. Muitas vezes, o problema acontece quando ela n?o consegue pegar o ?nibus urbano comum para chegar a tempo at? a rodovi?ria.
O que j? foi feito
Para tentar acabar com os preju?zos causados aos usu?rios do transporte interestadual, o
coordenador-geral do Sindicato dos Professores (Sinpro), Roberto Cupolillo,
mobilizou a categoria e organizou um abaixo-assinado, que foi encaminhado ?
Ag?ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Ele ainda espera a resposta do ?rg?o.
A ANTT informou que a medida n?o ? novidade, uma vez que, de acordo com do decreto
n? 2.521, de 20 de mar?o de 1998, "os terminais rodovi?rios, p?blicos ou privados, e os pontos de parada dever?o dispor de ?reas e instala?es compat?veis com seu movimento e apresentar padr?es adequados de seguran?a, higiene e conforto"
.
No artigo seguinte, o decreto diz que "os pontos de parada ser?o dispostos ao longo do itiner?rio, distantes entre si a intervalos de, no m?ximo, quatro horas para os servi?os com ?nibus dotado de sanit?rio, e de duas horas para os ?nibus sem sanit?rio, de forma a assegurar, no curso da viagem e no tempo devido, alimenta??o, conforto e descanso aos passageiros e ?s tripula?es dos ?nibus, sendo admitida a toler?ncia de trinta minutos, quando necess?rio, at? atingir o pr?ximo ponto de parada".
O texto d? margem para a interpreta??o de que as "paradas", mencionadas no artigo anterior, representem os estabelecimentos comerciais nas estradas e n?o os pontos de embarque e desembarque nas ?reas urbanas.
A ANTT esclareceu que existe diferen?a entre pontos de parada (interrup??o da viagem para um lanche), pontos de se??o (parada para embarque e desembarque) e pontos de apoio (casos em que a empresa oferece estrutura para troca de motorista ou outras menuten?es).
Apesar da diferen?a de nomenclatura, a ag?ncia informou que todas devem oferecer estrutura espec?fica adequada.
Entenda o vai e vem dos ?nibus interestaduais
- abril de 2005 - O vereador Fl?vio Cheker (PT) convoca audi?ncia p?blica para discutir o Decreto 8.530, que d? nove dias para as empresas de ?nibus interestaduais adequarem seus trajetos, passando fora do centro de Juiz de Fora, para chegar at? a rodovi?ria. Os vereadores Eduardo Novy (PRP), Rose Fran?a (PTB) e Pastor Carlos (PL) tamb?m pedem para que o decreto seja revogado.
- maio de 2005 - O prefeito Alberto Bejani, em reuni?o com representantes das empresas de ?nibus interestaduais, torna sem efeito o Decreto 8.530, que entraria em vigor no dia 6 de maio, proibindo as paradas para embarque e desembarque de passageiros nas vias centrais da cidade
- mar?o de 2007 - Um acordo entre as empresas de ?nibus e a Prefeitura permite as paradas nos pontos da Avenida Independ?ncia, em S?o Mateus, apenas em domingos e feriados. Nos outros dias da semana, a parada ? permitida entre as 20 h e 7 h. Na Pra?a da Esta??o e no bairro Teixeras os ?nibus param livremente.
- setembro de 2008 - A Gettran volta a autorizar o embarque e desembarque de passageiros da Avenida Independ?ncia em qualqer hora do dia.
- outubro de 2008 - A ANTT pro?be a parada de ?nibus interestaduais em quaisquer pontos urbanos em Juiz de Fora. Usu?rios s? podem embarcar e desembarcar no Terminal Rodovi?rio Miguel Mansur.
Informa?es: PJF e C?mara Municipal
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