Casal relata experiência de vulcão em erupção no Chile
Recém-casados, Frederico Lopes e Poliana Vieira estão presos no país sul-americano à espera do fim da atividade vulcânica
Repórter
25/04/2015
Os recém-casados Frederico Lopes, 25, e Poliana Vieira, 26 (foto ao lado), estão presos no Chile à espera da natureza. O casal, que decidiu fazer a travessia dos Lagos Andinos na lua de mel, teve os planos completamente frustrados com a erupção do vulcão Cabulco, na Região dos Lagos Chilenos, que "acordou" após 42 anos na última quarta-feira, 22 de abril, gerando um clima de apreensão em parte do país.
Segundo Fred, o clima na região é de tensão total. "O evento é uma coisa cataclísmica. Muitas cidades foram evacuadas e as pessoas foram trazidas para Puerto Varas, que é onde estamos. Por um lado, nós demos sorte que o vento levou a fumaça para o lado argentino, mas frustrou os planos da segunda parte da lua de mel, que seria ir para Bariloche, na Argentina", relata.
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Em um primeiro momento, o casal se impressionou com a beleza do momento. Passado o encantamento, Frederico conta que tentou deixar o local. "Ficamos dois dias tentando sair daqui, mas não tem ônibus e táxi, e um vulcão no meio do caminho. Todos os vôos foram cancelados, os aeroportos estão fechados e as pessoas foram aconselhadas a nem saírem de casa. Nós viemos para fazer a travessia, que seria na quinta. Foi uma mudança total de planos. Agora, temos gastos inesperados. O máximo que a empresa aérea pode fazer por nós foi mudar a data do voo sem cobrar. Nós pensamos em mudar a rota e ir para Santiago, mas queriam cobrar US$ 411 de cada para fazer a mudança", lamenta.
Além disso, Fred diz como é estar perto de um vulcão em erupção. "Daqui é possível sentir um pouco do cheiro de fumaça, mas nada alarmante. O grande problema é a ceniza (cinzas) da fumaça, que formam pedras nas nuvens e caem. Essas pedras chegam a ter de 3 a 5 centímetros. As estradas estão bloqueadas e as fronteiras estão fechadas. Até quarta, pelo menos, vamos ter que ficar aqui.
Entenda
O vulcão Calbuco, no sul do Chile, entrou em erupção na última quarta-feira, após mais de 42 anos de inatividade. Ele é considerado um dos três vulcões potencialmente mais perigosos do país sul-americano e, segundo especialistas, uma erupção desta proporção não era vista há mais de 50 anos no mundo.
As proporções da erupção são tamanhas que as cinzas do vulcão já cobrem quase todo o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Segundo o jornal Zero Hora, as imagens de satélite apontam que apenas o Extremo Norte do estado não está encoberto pela nuvem. O meteorologista do Grupo RBS Cléo Kuhn diz que as cinzas estão a uma altitude de 13 mil metros e, por isso, não afetam voos. Ao contrário do Chile e da Argentina, que tiveram chuva de cinzas, o fenômeno chegou mais fraco ao sul do Brasil. Os gaúchos poderão ver uma névoa durante o dia e um céu mais acinzentado.
O governo chileno decretou estado de emergência e estendeu a área de evacuação em até 20 quilômetros do raio do vulcão, que está localizado a cerca de 900 km ao sul de Santiago. Além disto, o vulcão Villarica, a cerca de 100 km do Calbuco, também no Chile, entrou em erupção em março, o que chamou atenção das autoridades pelo pequeno intervalo de tempo entre duas atividades vulcânicas. Na imagem abaixo, veja a parte interna de um vulcão.
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