Terça-feira, 17 de novembro de 2009, atualizada às 19h39

"Muitas pessoas estão realizadas com o que fiz", diz Miss São Paulo Gay

Clecius Campos
Repórter

A Miss São Paulo Gay 2009, Taysa Shinayder, ficou famosa após aparecer em rede nacional e até no exterior puxando a peruca da Miss Brasil Gay 2009, Ava Simões. "Muitas pessoas estão realizadas com o que eu fiz. Todo mundo queria, mas ninguém teve a coragem."

Segundo a representante paulista, a ação foi um protesto contra a organização do concurso, que estaria beneficiando a candidata do Espírito Santo há três anos. "A Ava não tem beleza para ser a Miss Brasil Gay. Na minha opinião, a melhor candidata era a Miss Amapá, que nem ficou entre as cinco melhores. Rolou máfia para a Ava", opina.

Este foi o quarto ano consecutivo que Ava participou do concurso e só agora conquistou o título. Para Taysa, o único prêmio que Ava mereceu foi o Júri Popular. "Nós sabíamos que ela estava investindo com amigos na internet, que passaram 24 horas no site."

Sobre a repercussão causada pelo puxão, Taysa afirma não se preocupar. "Podem falar o que quiser de mim. Eu havia prometido que, qualquer que fosse o resultado, voltaria no ano seguinte, caso fosse justo. Mas, sendo assim, eu prefiro não concorrer mais." A transformista foi chamada para participar do Programa do Ratinho, no SBT, mas negou o convite. "Preferi me pronunciar em um site conhecido e visitado por todo o mundo gay, que é o Zona Pink."

Ava Simões afirma ter problemas com Taysa há anos

A Miss Brasil Gay 2009, Ava Simões, informa que a rixa com Taysa vem de anos. Em 2007, as misses teriam se encontrado pela primeira vez, quando disputavam o Miss Brasil Gay. Ava ficou com a terceira colocação enquanto Taysa, representando Rondônia, ficou entre as 12 finalistas. "Em 2008, concorremos ao Miss World, que dá vaga para o estado de Tocantins. Ela venceu o concurso e fiquei em segundo. No entanto, a organização impediu sua participação, pois ela teria concorrido a outro concurso similar. Foi aí que assumi a vaga."

Ava classifica a atuação de Taysa como "infeliz" e afirma que ela poderia ter sido mais paciente. "Ela devia fazer como eu. Se ela tem um sonho, que busque. Eu busquei meu sonho por quatro anos consecutivos, sou a maior vencedora nessa história toda, pois meu plano de vida teve êxito", comemora. A miss conta só ter ficado aliviada depois que conversou com a mãe a respeito da confusão. "Tive medo de ela me criticar. Mas ela me apoiou dizendo que ficaria decepcionada se tivesse brigado por perder mais uma vez."

Coordenadores lamentam a situação

A coordenadora do Miss São Paulo Gay, Michelly X, lamenta a situação causada pela concorrente que defendia. "Estou super chateada, pois infelizmente tudo aconteceu por causa de uma candidata eleita na minha festa. A verdade é que escolhemos a melhor transformista pela beleza e não conhecemos bem as pessoas que estão ali. Fiquei surpreendida com a Taysa. Ela me parecia uma candidata bem calma."

Ela espera que a imagem de seu concurso não seja abalada. "As pessoas de São Paulo que acabaram se envolvendo na briga são amigas da Taysa e foram defendê-la, já que o organizador da Miss Espírito Santo Gay deu continuidade à baixaria, atacando a Miss São Paulo Gay com chutes."

Em nota oficial, a organização do evento lamentou o incidente. Informou ainda que medidas judiciais estão sendo tomadas para apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos. "O Miss Brasil Gay é um evento organizado com o profissionalismo que a sua relevância para o turismo de eventos da região exige, sem deixar de lado o carinho e a dedicação que movem seus idealizadores há mais de 30 anos. Fatos isolados não vão diminuir o brilho da festa e muito menos a alegria da vitória e o reconhecimento da grande vencedora da noite."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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