Contexto brasileiro é tema da montagem "S.O.S Brasil" do Grupo Divulgação
Temporada de apresentações vai até o dia 3 de dezembro
Usando o riso como instrumento de reflexão, o Grupo Divulgação, estreou nessa semana o espetáculo "S.O.S Brasil", que terá apresentações de quarta a domingo, às 20h30, até o dia 3 de dezembro. Com texto assinado e dirigido por José Luiz Ribeiro, a trama é baseada na história de um país devastado pelas promessas de um falso messias, que fez com que o povo acreditasse que destruição das florestas traria prosperidade.
A população pede socorro à Mãe Gê (Gaia, a Terra) e três entidades decidem interceder pelos humanos: Dionísio, deus grego do vinho e do teatro; a Poesia e a Memória. Ao trio, conforme a obra, a Mãe Gê passa a missão de recolher os destroços do mundo para reorganizá-lo. Nessa tarefa, os heróis são seguidos por Torto, o Diabo, apresentado como o oposto de Dionísio.
Na Terra, o grupo chega até o navio S.O.S Brasil,que nada mais é do que o antigo Titanic pintado e remodelado. Os seres encantados são recebidos por um grupo de bandidos, como o Macho Alfa "com muita massa e pouco miolo e o homem de ficha corrida extensa, que entre suas façanhas, quase explodiu o quartel e é o chefe do bando.
Segundo o autor e diretor do espetáculo, José Luiz Ribeiro, a opção por fazer uma revista do ano partiu dos integrantes do Núcleo Universitário do Grupo Divulgação. Ele explica que fizeram uma grande reflexão sobre o tempo que a gente está vivendo. E a música de Maurício Tapajós e Aldir Blanc (que diz), “O Brazil não conhece o Brasil” (“Querelas do Brasil”) foi o mote para mostrar as incongruências e confusões do país que dividiu por um processo político, no qual a própria bandeira foi sequestrada. A obra marca o 179º espetáculo do teatrólogo, que tem 59 anos de teatro.
O número de espetáculos dirigidos já passa de duzentos, segundo o artista, que comemora 59 anos de dedicação ao teatro, cumpridos no dia 15 de novembro. Perguntado sobre qual é a sensação, Ribeiro responde: “que a gente está na avenida e ainda tem que avançar”.
“O teatro é o espelho do mundo e a gente é um retratista desse espelho”, resume.
O elenco é composto por Bernardo Mendonça, Dowglas Mota, Igor Campos, Igor Santos, Jessica Mazzini, Laura Dufer, Laryssa Gabellini, Lendel Smânio, Letícia Rezende, Maria Luísa Nascimento, Mateus Omar, Pedro Moysés, Samara Borges, Suelen Zavon e Yuri Ávila.
Preparo vocal, sonoplastia, cartaz e fotografias são de Márcia Falabella. Registro videográfico é de Açucena Arbex. Texto, desenho de luz e direção são de José Luiz Ribeiro.